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Secretária espera por cirurgia de risco no Hospital de Base

Há um ano e sete meses, Miriane Lima, 33 anos, sofre as consequências de uma operação de vesícula mal-sucedida e aguarda na fila da saúde

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Miriane Siqueira Lima
1 de 1 Miriane Siqueira Lima - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A secretária Miriane Lima, 33 anos, teve a rotina transformada após fazer uma cirurgia de vesícula do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O problema, que era para ter sido resolvido, ganhou um novo capítulo três dias após a operação, que ocorreu em maio de 2015. Desde então, ela vive um drama sem fim.

Sintomas como fraqueza, calafrios e dores abdominais a impediram de trabalhar durante um período. Diagnosticada com colangite (inflamação), icterícia e prurido (coceira na pele), complicações decorrentes do vazamento do líquido biliar no organismo, há um ano e sete meses, ela trava uma batalha contra a burocracia para conseguir uma nova cirurgia na rede pública de saúde do DF.

“A operação é, essencialmente, de risco. Imagina se eu não fizer? Hoje, não consigo cuidar sozinha do meu filho, me alimentar, perdi 13kg nos últimos dois meses. Até água é difícil tomar”, disse.

“Infelizmente, minha condição financeira não me permite pagar na rede particular. No Paraná, um especialista me cobrou R$ 30 mil só pela cirurgia, fora as diárias no hospital e o anestesista. Minha mãe queria todo custo vender a casa e eu disse que não. Imagina, ela tem 58 anos e se desfazer do seu único bem, não posso fazer isso”, desabafou.

Miriane já procurou a Defensoria Pública e também denunciou o caso na Ouvidoria da Saúde. Nas últimas semanas, a secretária chegou a ser internada duas vezes com a promessa de passar pela cirurgia. Contudo, na primeira vez, os médicos afirmaram que o procedimento teve que ser cancelado devido à greve dos técnicos de enfermagem. Na segunda, ela chegou a entrar no centro cirúrgico.

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Miriane Siqueira Lima

A equipe médica estava pronta para a operação, mas quando procuraram os insumos verificaram que o “fio para sutura” não estava disponível. Foram até a farmácia buscar e a informação dada foi de que o departamento estava fazendo inventário e não poderia entregar nenhum insumo enquanto não terminarem.

“Foi inacreditável. Se chegasse alguém com um caso mais grave que o meu também iriam cancelar a cirurgia? Mesmo tendo o material para fazê-la?”, questionou. Nesta semana, Miriane recebeu uma nova promessa: a internação deve ocorrer nesta terça (13/12), e a cirurgia na quarta. “Passei por várias fases. Já me senti abandonada, desassistida. Depois fiquei indignada, com medo de morrer sem atendimento. Hoje, estou confiante”, contou.

O outro lado
Por meio de nota, a direção do Hospital de Base informou que, devido à greve dos técnicos de enfermagem, as cirurgias eletivas foram reagendadas. Durante o movimento, o centro cirúrgico realizou apenas procedimentos de urgência. A previsão para que a paciente seja operada é ainda nesta semana.

A direção esclareceu, ainda, que as cirurgias eletivas podem ter a data alterada, caso haja alguma intercorrência, como o aumento inesperado de procedimentos de urgência. Por fim, a Secretaria de Saúde explicou que, durante o período de inventário das farmácias, o atendimento é suspenso e o remanejamento de medicamentos e insumos é pontualmente cancelado. “Esta medida é importante para o controle do abastecimento da rede e acontece uma vez ao ano”, finalizou.

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