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Possibilidade de transmissão de zika por transfusão reforça triagem de candidatos a doadores de sangue

Recomendação do Ministério da Saúde é que pessoas que tenham apresentado sintomas da doença ou passado por áreas endêmicas fiquem inaptas a doar por 30 dias. Hemocentro de Brasília já adota a medida

atualizado

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Alexandre Carvalho/A2 FOTOGRAFIA
Doação de Sangue
1 de 1 Doação de Sangue - Foto: Alexandre Carvalho/A2 FOTOGRAFIA

O anúncio de que o zika vírus pode ser transmitido por meio de transfusão de sangue acendeu o alerta do Ministério da Saúde. A pasta se reuniu em dezembro com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir a adoção de novas estratégias para garantir a qualidade do sangue usado em doações no país. Por enquanto, a recomendação é que haja um reforço na triagem de candidatos a doadores de sangue.

A instrução ao Hemocentro é que, no momento da entrevista, os funcionários questionem se os pacientes estiveram em áreas endêmicas ou apresentaram sintomas da doença, como febre e manchas pelo corpo, recentemente. Em caso positivo, o doador fica inapto a doar por 30 dias, até que seja feita uma nova triagem.

“A nota técnica que recebemos do Ministério da Saúde trata dos critérios para dengue, zika e chikungunya”, explica Elyse Carvalho, gerente do Ciclo do Doador do Hemocentro de Brasília. No entanto, a médica não acredita que o banco de sangue esteja ameaçado – pelo menos por enquanto. “O caso de zika transmitido por transfusão está sendo investigado, mas a população ainda não demonstrou muita preocupação com a possibilidade”.

Como ainda não houve impacto sobre o banco de sangue, não há como dar uma estimativa de quanto ele pode ser. A doença é muito nova e a cada dia suspeita-se de uma nova forma de transmissão. Estamos tentando nos atualizar à medida que saem novas informações. Ainda é tudo muito instável

Elyse Carvalho, gerente do Ciclo do Doador do Hemocentro de Brasília

Especialista
Entre especialistas da área, a opinião é mais otimista. Infectologista do Hospital Santa Luzia, Eliana Bicudo não acredita que a possibilidade de transmissão influenciará nas doações futuras. “O risco de transmissibilidade é muito baixo e o zika é um vírus de bom prognóstico quando a pessoa não está grávida”, afirma. “No DF ainda não temos casos autóctones, então se fizermos a triagem e detectarmos qualquer coisa, o doador vai ser analisado com mais cuidado. O problema da doença é com as gestantes”, alerta.

Por meio de sua assessoria, o Ministério da Saúde informou que não foram criadas novas recomendações por conta da possibilidade de transmissão por transfusão. A pasta continua seguindo as orientações estipuladas em 2013, com o reforço na triagem dos dois critérios citados – a pessoa fica inapta a doar em caso de apresentar sintomas da doença ou de ter passado por áreas endêmicas nos últimos 30 dias.

Zika vírus e microcefalia
Em dezembro, o Ministério da Saúde divulgou o mais recente boletim epidemiológico de microcefalia relacionada à infecção por zika vírus. Foram contabilizados, até o último dia 12, 2.401 casos da doença, com 29 óbitos. As ocorrências estão distribuídas em 549 municípios de 20 Unidades da Federação.

No DF, são dois casos confirmados de zika vírus – ambos importados de outros estados. Das outras 17 suspeitas, 15 já foram descartadas e duas continuam em investigação.

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