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Equipamentos quebrados travam marcação de endoscopias no IHB

Metade dos aparelhos gastroscópios da principal unidade de saúde do Distrito Federal está com defeito

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 hospitald-e-base - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Mais de oito meses após a transformação do antigo Hospital de Base em instituto (IHB), sob promessa de melhoria nos atendimentos, a unidade continua em situação precária. Uma das provas desse cenário é a inoperância de metade dos aparelhos gastroscópios – para realização de endoscopias. Por causa do problema, pacientes têm fracassado na tentativa de marcar o exame no principal estabelecimento de saúde do Distrito Federal.

“Vou ter de fazer em clínica particular porque meu caso demanda urgência”, lamenta um paciente de 42 anos que prefere não se identificar por medo de represália. Há quatro anos ele sofre de problemas renais.

Nesta segunda-feira (24/9), o homem foi ao IHB para marcação de quatro exames: tomografias computadorizadas da pelve e do abdome sem contraste, ecografia da região cervical e endoscopia. “Disseram que o aparelho está quebrado”, reclama.

Segundo a assessoria de comunicação do IHB, a unidade dispõe de quatro aparelhos. Dois deles estão com defeito.

Além da impossibilidade de agendamento da endoscopia, o homem enfrentou transtornos causados por falha no Sistema de Centrais de Regulação (Sisreg), do Ministério da Saúde, utilizado no Setor de Marcação de Consultas do IHB. Ele foi à unidade em três ocasiões: duas na última sexta (21) e uma nesta segunda (24). Em vão. O paciente marcou os exames e consulta com urologista apenas na quarta tentativa, nesta tarde.

Falta de material
Além de equipamentos em pleno funcionamento, os estoques do IHB carecem de materiais básicos, entre eles curativos. A solução encontrada pela equipe médica foi solicitar a compra desses insumos a familiares de pacientes internados.

No último sábado (22), o Metrópoles denunciou prática semelhante no Hospital de Santa Maria, onde um paciente precisou comprar o próprio fio de sutura para passar por cirurgia.

“Minha tia tem 53 anos e sofreu um acidente vascular cerebral [AVC] isquêmico e está no IHB há mais de 60 dias, acamada. Por causa disso, sofreu escaras – lesão causada por contato prolongado entre pele, musculatura e ossos com superfícies como colchão – na região sacral [próximo ao cóccix]. Nos deram no hospital uma receita pedindo a compra da cobertura de curativo”, conta uma sobrinha da paciente. Ela prefere não se identificar por medo de retaliação, pois é servidora da Secretaria de Saúde do DF.

A ferida na paciente está aberta e, para evitar a entrada de vírus, bactérias e uma consequente infecção, a família se mobiliza para comprar os curativos. Os parentes da mulher também se queixam por problemas no laboratório do IHB.

Segundo eles, a paciente precisou passar por exames de sangue desde a internação, em julho. Entretanto, a unidade de saúde não os providenciou. Os familiares, então, recorreram a um laboratório privado e, para isso, desembolsaram R$ 660.

O outro lado
Em nota, o IHB informa que dois dos quatro equipamentos gastroscópios “estão em manutenção programada junto ao fabricante, com retorno previsto para até três semanas”. A unidade disse também que “as marcações estão sendo feitas prontamente”.

Apesar da extensa lista de problemas da saúde no DF, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), candidato a reeleição, apresentou, no início deste mês, balanço positivo da gestão do IHB. O atual chefe do Executivo local também anunciou que, se eleito, vai estender o modelo aos grandes hospitais do Distrito Federal.

Em 15 de julho, o Metrópoles mostrou que, ao contrário do prometido pelo governo, servidores foram transferidos compulsoriamente do IHB. A medida deixou doentes crônicos assustados. Eles temem a falta e o desencontro de informações, além de descontinuidade no tratamento, o que pode levar à morte em situações mais complexas.

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