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Professora de Libras faz protesto para inclusão no certame da Educação

Intérprete de Libras alega falta de acessibilidade no último concurso para professor temporário da Secretaria de Educação do DF

atualizado

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Imagens cedidas ao Metrópoles
Surdos pedem inclusão em concurso da Educação
1 de 1 Surdos pedem inclusão em concurso da Educação - Foto: Imagens cedidas ao Metrópoles

A professora intérprete da Fundação de Libras do Distrito Federal, Alyne Pacífico, 37 anos, organiza mobilização com alunos surdos, nesta quinta-feira (4/5), para inclusão da prova vídeo em Libras no concurso de professor efetivo da Secretaria de Educação do DF. Segundo Alyne, nenhum aluno do curso preparatório para o certame passou nas vagas de professor temporário no ano passado.

“A prova de contrato temporário foi só em português, mas muitos surdos não dominam o português. Para eles, é como uma segunda língua. Por essas dificuldades, não tivemos nenhum surdo aprovado no concurso. Estamos cobrando mais acessibilidade e inclusão na próxima prova”, explica Alyne.

A prova em Libras em concurso público é garantida pela Lei 4.949, sancionada pelo governador Ibaneis Rocha, que altera a lei geral de concurso público do DF. A decisão garante que a prova seja aplicada por profissional habilitado de forma presencial ou por meio de videoconferência.

Apesar de ser um direito dos deficientes auditivos, os alunos de Alyne alegam terem sido prejudicados pelo certame da Educação. Os concurseiros afirmam que, apesar da banca organizadora disponibilizar intérpretes, muitos não eram fluentes.

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Tatiane Pires, 40 anos, foi uma das prejudicadas pelos intérpretes do certame. A mulher é surda e formada em educação física. Em 2018, a docente passou em 1º lugar no concurso temporário da Secretaria de Educação, mas no ano passado reprovou e está desempregada. A moradora do Gama agora prepara-se para o concurso do cargo a professor efetivo.

“Foram meses de preparo para a prova de professor temporário e é muito frustrante não termos tido nenhum aprovado. A prova não tinha adaptação nenhuma, poucos intérpretes e muitos sem fluência em Libras”, comenta Alyne.

A professora criou um cursinho preparatório gratuito para o concurso da Educação. Alyne e outro professor voluntário ensinam toda parte de direito e conhecimento pedagógico da prova de forma adaptada para 25 alunos. As aulas acontecem nas quintas no Centro Educacional 7 do Gama.

Como participar

Professores voluntários que desejem participar do projeto ou alunos que queiram fazer matrícula no curso, podem entrar em contato pelo número:  (61) 99258-1123 (Alyne).

O que diz a Educação

Ao Metrópoles, a Secretaria de Educação do DF respondeu que as questões de inclusão serão tratadas no edital do concurso público, que deverá ser publicado até julho. A pasta garantiu que o concurso prevê vagas destinadas aos candidatos com deficiência e “todo suporte para realizarem o certame”.

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