Seape incluiu por engano preso por agredir a ex em lista de detidos após atos golpistas
Adailson Camelo da Silva responde por agressão à ex-companheira e teve nome incluído por equívoco na lista de terroristas detidos da Seape
atualizado
Compartilhar notícia
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) incluiu por engano na lista de detidos por participação nos atos terroristas em Brasília, o nome de Adailson Camelo da Silva (foto em destaque), 36 anos.
Morador de São Sebastião, Adailson foi, de fato, detido no domingo (8/1) — mesma data dos atos de terrorismo. No entanto, a prisão ocorreu por outro motivo: violação à Lei Maria da Penha.
Após publicação de reportagem com informações de que a prisão teria ocorrido horas após a soltura do suspeito em audiência de custódia, a Seape checou os dados e entrou em contato com o Metrópoles para retificar os dados.
Em nota, a pasta detalhou que o equívoco: “Infelizmente, durante o recebimento [do suspeito], esse preso foi lançado erroneamente na lista. Já foi feita correção no site da Seape. Ele não participou dos atos terroristas”.
Histórico de prisões
Na quinta-feira (5/1), Adailson foi levado para a delegacia por violação à Lei Maria da Penha. Ele descumpriu medida protetiva e tentou invadir a casa da ex-mulher, em São Sebastião, a 17km do centro de Brasília.
Depois da audiência de custódia, na manhã de sábado (7/1), a Justiça liberou o suspeito. No domingo (8/1), porém, ele voltou ao sistema carcerário pelo mesmo motivo anterior e liberado, mais uma vez.
O processo no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) detalha que ele saiu da prisão, por volta das 8h40 de domingo (8/1), sob condição de cumprir “medidas protetivas de urgência” não especificadas no documento.
Erro humano
Além dessas acusações, o suspeito é réu em ao menos outros cinco processos criminais. O nome dele foi retirado da lista de presos por participação nos atos terroristas após verificação do erro.
A secretaria acrescentou que, devido ao grande número de prisões na ocasião, policiais penais trabalharam por até 48 horas seguidas, o que levou a erros nos registros. “Além dos presos nos atos terroristas, [o sistema penitenciário] continou a receber os presos de rotina”, acrescentou a pasta.
Veja imagens dos presos após os atos golpistas:
Até está quarta-feira (11/1), 766 homens chegaram ao Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, no Complexo Penitenciário da Papuda, e 421 mulheres foram transferidas para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia.
A Seape calcula que 1.187 detidos ingressaram no sistema prisional do DF. Antes de chegarem à Papuda e Colmeia, os presos ficaram na Academia da Polícia Federal, onde passaram por interrogatório. Idosos e responsáveis por crianças ou pessoas com comorbidades acabaram liberadas após identificação.