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Sindicatos se preparam para cobrar promessas de campanha de Ibaneis

Após o emedebista sinalizar que quer igualar vencimentos brutos de servidores da segurança, outras categorias pedem tratamento isonômico

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1 de 1 Reajuste - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Uma parcela organizada da população do Distrito Federal se prepara para empossar não só um governador, mas um novo “patrão”. Incomodados por não terem seus pleitos atendidos na integralidade pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), os servidores públicos da capital da República estão prontos para cobrar suas reivindicações a Ibaneis Rocha (MDB).

A principal reivindicação, que causou grande desconforto na gestão socialista – a qual se amparava no discurso de austeridade –, é o aumento salarial. Profissionais de saúde, educação e segurança, três áreas estratégicas que suplicam por investimentos, pedem valorização.

Algumas categorias já se sentem preteridas devido ao discurso de Ibaneis nos últimos dias, quando o emedebista sinalizou a vontade de reajustar a remuneração de corporações ligadas às forças de segurança, equiparando os salários brutos.

Ibaneis se comprometeu, ainda durante a campanha, a pagar a terceira parcela do reajuste concedido em 2013. No total, 32 categorias do funcionalismo público do Distrito Federal aguardam pela fração que lhes é devida desde 2015.

Esse é um dos pleitos do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF), somado à nomeação de mais profissionais. “Temos hoje a sobrecarga de trabalho. A defasagem é de 3 mil servidores”, afirmou o diretor da entidade, Newton Batista.

O dirigente sindical lembra que uma promessa de campanha do emedebista foi atender as reivindicações no primeiro ano de gestão. De acordo com Batista, a categoria não aceitará que seja dado aumento para outros profissionais enquanto a saúde fica de fora do pacote. “Vamos nos manifestar logo.”

Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do DF (Sindireta), Ibrahim Yusef também cobra tratamento igual. “É tudo uma família.”

Yousef está confiante no compromisso de Ibaneis de quitar, no primeiro trimestre de 2019, a terceira parcela do reajuste concedido em 2013. “Estamos prontos para isso. Ele vem reafirmando que vai honrar”, pontuou. O sindicato também quer o pagamento das licenças-prêmio, atrasadas há dois anos, de acordo com a entidade.

A educação é historicamente uma prioridade dos candidatos, mas não dos governantes, segundo a diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa.

Além da reestruturação de unidades de ensino, os educadores solicitam também a última parcela do reajuste de 2013, pagamento de pecúnias e aumento no tíquete-alimentação. “Esperamos imensamente que o novo governo não dê preferência a uma categoria em detrimento de outra”, revelou Rosilene. 

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde) lembra que Ibaneis assinou um termo de compromisso no qual promete, por exemplo, pagar a Gratificação de Atividade Técnico-Administrativa (Gata) e a diferença decorrente da isonomia de carga horária. Embora defenda que a saúde funcione 100% rapidamente, admite: isso não ocorrerá da noite para o dia.

O SindSaúde completa que acompanhará todos os passos da nova gestão a partir de 1º de janeiro de 2019. “Como já dissemos várias vezes, a saúde pública de qualidade passa pela valorização dos servidores e vamos também cobrar essa valorização”, concluiu.

Melhores condições de trabalho também são pedidas pela presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF), Dayse Amarílio.

Os requisitos para garantir um ambiente de serviço melhor passam, por exemplo, pela reformulação da assistência primária – ampliada sem servidores suficientes, segundo a sindicalista – e a reavaliação do Instituto Hospital de Base (IHBDF), porque haveria dificuldades de enviar pacientes para a unidade. “A gente espera que essas questões sejam vistas de forma rápida para ajustarmos o fluxo das UPAs [unidades de pronto-atendimento] e emergências”, completou.

Forças de segurança
Coordenador do Fórum das Associações Representativas dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares do Distrito Federal, o coronel Mauro Manoel Brambilla afirma que, em 2019, as categorias cobrarão reposição das perdas salariais, melhorias no plano de saúde e reestruturação das carreiras.

Porém, afirma que não tem a intenção de partir para o confronto se houver dificuldade. “Vamos sentar para conversar e, se faltarem recursos, achar solução, porque a situação está crítica”, acrescentou.

Ibaneis estuda criar subsídio para a Polícia Militar (PMDF) e o Corpo de Bombeiros (CBMDF), a fim de unificar todos os benefícios. A medida ajudaria a igualar os salários das corporações com os da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que requer paridade com a Polícia Federal: um reajuste de 37%.

O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) diz que outras categorias foram reestruturadas duas ou três vezes ao longo dos últimos nove anos, mas a PCDF ficou de fora.

“Esperamos que a manutenção dessa paridade seja restabelecida o mais rapidamente possível. Vamos aguardar uma reunião com o futuro governador para que ele apresente formalmente sua proposta aos policiais civis”, pontuou, em nota.

Aproximação
O aumento salarial deixado para trás durante a gestão Rollemberg também é reivindicação do Sindicato dos Servidores do Detran-DF (Sindetran-DF), conforme afirma o presidente Fábio Medeiros.

Ele espera maior aproximação entre entidades de classe e o Executivo local. “O que a gente mais quer é diálogo franco e sincero entre sindicato e governo. Devem conversar e encontrar maneiras de ajudar a administração e resguardar o direito dos servidores.”

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Distrito Federal (Sindágua-DF) Igor Pontes também quer mais negociação com a gestão pública.

“A gente está esperando o processo de transição concluir, mas a categoria certamente tem várias questões a cobrar, afinal de contas, os trabalhadores estão com perda inflacionária de 6%, descontos e perseguições do atual governo”, destacou Pontes.

O outro lado
Vice-governador eleito, Paco Britto (Avante) declarou ao Metrópoles que o tratamento aos sindicatos será o mais cordial possível. “Até porque nós vamos valorizar os servidores públicos”, assegurou.

A equipe do governador eleito iniciou conversa com alguns sindicatos. Na última segunda-feira (10/12), o futuro secretário de Saúde, Osnei Okumoto, encontrou-se com entidades de classe. Foi uma primeira conversa para apresentação.

O próximo diretor-geral do Detran-DF, Fabrício Moura, também tratou de se reunir com os representantes de servidores nesta semana. Futuro superior e sindicalistas conversaram sobre melhorias na autarquia.

Anunciado como secretário de Educação na gestão de Ibaneis, Rafael Parente também recebeu entidades sindicais para criar um canal de interlocução.

Colaborou Caio Barbieri

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