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Presidente da OAB-DF almoçou com dono da JBS em imóvel de Willer Tomaz

Segundo relatos ao MPF, Juliano Costa Couto teria encontrado Joesley Batista no escritório do advogado brasiliense, preso na Operação Patmos

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1 de 1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Em meio à Operação Greenfield, desdobramento da Lava Jato, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), Juliano Costa Couto (foto em destaque), teria participado de um almoço que definiu os contornos da atuação do advogado brasiliense Willer Tomaz em favor do dono da JBS, Joesley Batista. De acordo com delatores da empresa, o encontro foi realizado no confortável escritório de Willer, na QI 1 do Lago Sul, área nobre de Brasília. Na ocasião, também estaria presente o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva.

O episódio e as tratativas foram delatados por Joesley e Francisco ao Ministério Público Federal (MPF), em acordo de colaboração com a força-tarefa da Lava Jato. Preso na última quinta-feira (18/5), pela PF,  Willer teria cobrado R$ 8 milhões em honorários para patrocinar a defesa do presidente da holding J&F. Um terço desse montante — R$ 2,66 milhões —, segundo ele, acabou repassado ao presidente da seccional da Ordem.

No relato dos executivos, Juliano Costa Couto foi responsável por intermediar o contato entre o advogado e o dono da JBS. O presidente da OAB-DF teria recomendado Willer a André Gustavo Vieira da Silva, sócio da agência de publicidade Arcos, que, por sua vez, repassou o nome a Joesley Batista. Segundo os depoimentos, Willer Tomaz teria garantido sua contratação pela JBS ao alegar proximidade com o juiz substituto da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília, Ricardo Soares Leite.

Primeiras tratativas
Em um dos termos de sua colaboração, Joesley Batista contou aos procuradores da Lava Jato que foi apresentado a Willer entre os dias 14 e 15 de fevereiro deste ano e que, no dia seguinte, ele, Francisco, Costa Couto e Willer teriam almoçado no escritório do advogado, no Lago Sul, em Brasília. Além de discutir a atuação do novo contratado, Joesley teria definido como meta, na oportunidade, que o advogado deveria promover a aproximação de Francisco com o juiz Ricardo Soares Leite.

“Encerrado o almoço, uma vez a sós, o depoente [Joesley] pediu a Francisco que iniciasse a contratação de Willer Tomaz para a Operação Greenfield, já havendo o depoente [Joesley], inclusive, pactuado o valor dos honorários. Francisco especificou que a contratação se fizesse pela empresa Eldorado, que ainda não tinha representação própria nos autos”, aponta o documento do MPF.

Pedido de investigação
Antecipando-se à possível ação de adversários ou aliados, Juliano Costa Couto protocolou, no fim da semana passada, um pedido para que a OAB o investigue. O ofício foi entregue ao Conselho Federal da Ordem na quinta-feira (18), mesmo dia em que surgiram as primeiras notícias de que o nome do presidente da seccional DF foi mencionado no esquema.

Ao Metrópoles, Juliano Costa Couto disse, semana passada, que é muito comum dirigentes da entidade serem procurados para indicar colegas. O presidente da OAB-DF registrou ainda, por meio de nota, que não é advogado do grupo e que nunca foi contratado para atuar em nenhuma operação em curso.

Procurado novamente nessa terça-feira (23), Juliano Costa Couto afirmou que “o encontro mencionado serviu para fazer a referida indicação”. “Esclareço que não atuo como advogado do grupo JBS e/ou do J&F nem de nenhum de seus dirigentes e nunca fui contratado para atuar em nenhuma das operações em curso, não tendo, por isso, recebido qualquer honorário. O fato da não contratação é comprovado por certidão da 10ª Vara da Justiça Federal”, afirmou.

Em nota, a 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do DF disse que são “infundadas quaisquer declarações do investigado Joesley Mendonça Batista sobre eventual interferência na condução das investigações no âmbito da Justiça Federal de Brasília, que prejudique o andamento dos processos ou influencie a independência dos magistrados que atuam na 10ª Vara”.

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