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PF encontrou fotos de maços de dinheiro em celular de Filippelli

Confira o que mais estava entre os materiais apreendidos pela Polícia Federal nas casas de Agnelo, Arruda e Filippelli

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1 de 1 Dinheiro_final - Foto: Reprodução/PF

Entre mensagens suspeitas, números de telefone de investigados na Operação Panatenaico e diversos documentos, a Polícia Federal encontrou, em um celular do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), fotos de maços de dinheiro. As imagens foram identificadas em um iPhone apreendido pela PF na casa do político.

Em três fotos, enviadas do aparelho do peemedebista, notas de R$ 50 e R$ 100 aparecem no interior de um carro, empilhadas em maços e espalhadas sobre o chão. A Polícia, no entanto, não esclarece o contexto em que as imagens foram feitas.

Os registros constam no relatório final da Operação Panatenaico, entregue nesta sexta-feira (18/8) pela PF à Justiça. Filippelli, os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) estão entre os 21 indiciados por desvios na construção do Estádio Mané Garrincha.

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Trocas de mensagens
Na casa do ex-vice-governador, os policiais também apreenderam outro telefone celular com o contato de diversos investigados na Operação Panatenaico, além de empregados da Novacap, da Terracap, da Via Engenharia, da Galvão Engenharia e do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Assim como Filippelli, Loures também era assessor especial do presidente da República, Michel Temer (PMDB). Ambos perderam os cargos após serem presos em ocasiões distintas.

Em uma das conversas reproduzidas pela equipe no relatório, uma pessoa identificada como Silvestre convida Filippelli para um almoço, em janeiro deste ano, no restaurante Lake’s, na Asa Sul. Na mensagem, ele avisa que Jorge Salomão — apontado como operador de Agnelo Queiroz — também estará presente.

No relatório, a Polícia também incluiu trocas de mensagens entre o ex-vice-governador, Nilson Martorelli e Maruska Lima, indicando proximidade entre os indiciados. Em outro diálogo, com mais interlocutores envolvidos, Martorelli ainda trata da possível indicação para cargos no Tribunal de Contas do DF, caso Filipelli fosse eleito governador.

“O investigado Nilson Martorelli também pede incessantemente sua indicação para um cargo público, sugerindo uma das Diretorias dos Correios, e demonstrando ter Tadeu como seu ‘padrinho político’”, aponta a PF no documento.

Planilhas
Na casa de Agnelo Queiroz, os policiais apreenderam diversas planilhas e registros que revelam a preocupação do governo com os custos e despesas vinculadas ao Estádio Mané Garrincha. Em uma das páginas recolhidas no local, foram elencadas as “maiores pressões”, em 2013, para o orçamento do GDF. O Mané aparece como a segunda maior demanda, orçado em R$ 444.714.946.

Outra página com dados do estádio, sob o nome “Soluções”, traz os registros: “Terracap assume o restante do estádio (R$ 150 milhões de operação de crédito com BRB + negociação do saldo remanescente de R$ 294,7 milhões)”; “Obras do entorno do Estádio de Brasília – recursos disponíveis no orçamento”.

Para a PF, o material apreendido revela que Agnelo sabia das dificuldades no pagamento das despesas referentes ao Mané, e, por isso, determinou a adoção de “estratégias” para a conclusão das obras. Como exemplos, a Polícia elenca no relatório a tentativa de “não negociar mais reajuste com os servidores (16 categorias)”; “adiar implementação do decreto que aumenta a hora-extra da Polícia Militar” e “aumentar o contingenciamento”.

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A PF também apreendeu, na casa do petista, cronograma de atividades com anotações a caneta: “Aditivo em fase de elaboração na Novacap. Responsáveis: Nilson (Novacap) e Maruska (Terracap)”. Os registros, para a PF, ratificam que Agnelo acompanhou de perto as ações oficiais voltadas à implementação dos aditivos do contrato do estádio, “destacando anotação quanto a notória responsabilidade de Maruska e Nilson Martorelli na elaboração dos mesmos”.

A PF ainda recolheu, na casa do petista, um iPad com os contatos de Jorge Luiz Salomão; Tadeu Filippelli; Luiz Carlos Alcoforado — ex-advogado de Agnelo; e Carlos José de Souza, ex-gerente comercial da Andrade Gutierrez e interlocutor da construtora para o recebimento dos pedidos de propina feitos pelo ex-governador. Todos estão na lista de indiciados pela PF.

Reunião
Após realizar busca e apreensão na casa de José Roberto Arruda, a PF registrou ter encontrado com o ex-governador um iPhone com o contato dos advogados Wellington Medeiros e Luiz Alcoforado, além de Tadeu Filippelli.

A falta de troca mensagens de WhatsApp entre eles levantou suspeitas na PF. De acordo com o relatório final da corporação, o fato indica que houve preocupação, por parte do político, “em deletar eventuais registros”.

A Polícia Federal ainda aponta como prova, no documento entregue à Justiça, um registro no computador de Arruda de uma reunião agendada com Wellington Medeiros, em junho de 2014. Segundo o relatório, o fato comprova a existência de vínculo entre os investigados. Além disso, a reunião teria ocorrido em data próxima à assinatura do contrato entre o escritório de advocacia de Wellington e a Andrade Gutierrez.

O outro lado
O advogado Daniel Gerber, responsável pela defesa de Agnelo Queiroz, afirmou à reportagem que o ex-governador se declara inocente das acusações, e irá debater o caso no foro próprio, “qual seja o Poder Judiciário”.

O Metrópoles entrou em contato com a defesa de José Roberto Arruda e aguarda retorno dos questionamentos. Tadeu Filippelli não foi localizado pela reportagem para comentar o caso.

Veja fotos da Operação Panatenaico

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