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Distritais estudam prorrogar CPI da Saúde por mais 30 dias

Prorrogação seria usada apenas para anexar sub-relatórios dos integrantes da comissão ao documento final, que será entregue pelo relator

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Cristiano Araujo – CPI da saúde na CLDF
1 de 1 Cristiano Araujo – CPI da saúde na CLDF - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Com o prazo limite prestes a se esgotar, em 10 de abril, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde (CPI) da Saúde pode ter seus trabalhos prorrogados na Câmara Legislativa por até 30 dias. Na quinta-feira (30), o presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), e o relator, deputado Lira (PHS), chegaram a anunciar o encerramento da investigação em 6 de abril. No entanto, o entendimento dos demais integrantes da comissão é de que os sub-relatórios dos deputados precisam ser anexados ao principal, o que demandará um tempo maior.

Wellington Luiz diz que o martelo sobre o novo prazo ainda não foi batido, podendo a comissão funcionar por mais uma semana ou 30 dias. “Será uma prorrogação meramente administrativa. Ainda vamos avaliar se é necessária mesmo. Meu relatório, por exemplo, está quase pronto, mas, se algum deputado achar que precisa de mais tempo, vamos estender, sim”, disse o presidente da CPI.

Lira afirmou em plenário, ainda na quinta, que já está com o seu relatório pronto para ser apresentado na próxima sessão da comissão, na semana que vem. Todos os deputados que fizeram parte da CPI da Saúde, desde o ano passado, foram convidados a apresentar sub-relatórios.

Segundo Wellington Luiz, isso incluirá distritais que pediram afastamento por terem sido citados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na Operação Drácon e nas denúncias feitas pela presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.

Da formação original da CPI da Saúde, pediram afastamento os distritais Cristiano Araújo (PSD), Bispo Renato Andrade (PR) e Julio Cesar (PRB), réus na Drácon. Julio já era suplente. Robério Negreiros (PSDB), que teve o nome envolvido por Marli Rodrigues como parte do Organograma da Propina, se manteve na comissão.

No início dos trabalhos, devido ao grande volume de material que chegou durante as investigações da CPI da Saúde, cada membro ficou com uma área para analisar, como contratos e compras de remédios, entre outros assuntos.

Sem depoimentos
Mesmo com a ampliação do prazo, os integrantes da CPI da Saúde descartam a convocação de novas testemunhas para serem ouvidas. Um dos nomes que estariam na lista do relator da comissão seria o da distrital Liliane Roriz (PTB), que gravou conversas com Celina Leão (PPS), ex-presidente da Casa, e Valério Neves, ex-secretário-geral da Mesa, e entregou os diálogos ao Ministério Público. Ao presidente Wellington Luiz, Lira disse não haver tempo hábil para a nova oitiva.

O deputado Wasny de Roure (PT) vai insistir para que os distritais investigados na Drácon sejam ouvidos durante a prorrogação dos trabalhos da CPI.

“Temos fatos novos, com a decisão de Justiça (de tornar os parlamentares réus). Precisamos dar espaço para que os deputados investigados deem explicações para a sociedade e aos demais parlamentares”, afirma Wasny.

Caso seu pedido seja aceito, Celina, Cristiano Araújo, Bispo Renato, Raimundo Ribeiro (PPS) e Julio Cesar, que respondem criminalmente na Justiça por fazer parte de suposto esquema de corrupção na CLDF envolvendo liberação de emendas para a saúde, podem ter de dar esclarecimentos à CPI.

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