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Evangélicos mantêm ofensiva contra política para LGBTIs da Cultura

Distritais protestantes disseram que política voltada para gays privilegia grupos homoafetivos em detrimento de outros

atualizado

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Geovanna Bembom/Metrópoles
Protesto LGBTTI na CLDF contra derrubada de regulamentação da lei anti-homofobia
1 de 1 Protesto LGBTTI na CLDF contra derrubada de regulamentação da lei anti-homofobia - Foto: Geovanna Bembom/Metrópoles

Deputados da chamada bancada evangélica da Câmara Legislativa voltaram, na terça-feira (3/10), a criticar a resolução da Secretaria de Cultura do Distrito Federal (Secult) que cria políticas de fomentação para o público LGBTI. Para os parlamentares, a decisão de apoiar eventos culturais voltados para o público gay privilegia um grupo específico em detrimento de outros. Na visão dos distritais protestantes, a Secult deveria elaborar normas contrárias à intolerância em todas as formas.

A portaria promove políticas de fomento e difusão de atividades culturais da comunidade LGBTI. Entre os objetivos, estão os de “cadastrar, identificar, mapear, produzir indicadores e valorizar agentes, coletivos, lugares, saberes, fazeres e expressões ligadas ao grupo”.

O coro contrário à norma publicada no Diário Oficial do DF na última sexta-feira (29/9) foi puxado pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso (Podemos). Pastor da Comunidade Sara Nossa Terra, ele disse que a nota divulgada no fim de semana não tem cunho homofóbico.

“Está errado você ter uma política pública para apenas um segmento específico. Fizemos uma nota pública pedindo que seja revogada a portaria que beneficia um tipo de escolha pessoal, mas não estou dizendo que devemos ser contra as escolhas das pessoas”, justificou Delmasso.

O discurso contrário à fomentação de políticas ao público gay foi seguido pela deputada Celina Leão (PPS). A parlamentar foi dura em suas palavras, especialmente contra a classe artística. “O que a cultura dessa cidade produz de bom? Só tem porcaria e o governo ainda fomenta isso”, disparou a distrital em seu discurso na tribuna da Casa.

Celina acabou justificando sua colocação. Segundo ela, o governo, em quase três anos, não conseguiu produzir, com recursos públicos, eventos de qualidade voltados para todos os públicos. A deputada disse, ainda, que celebrações evangélicas são taxadas, dentro da Secult, de forma depreciativa.

Em defesa dos LGBTIs
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, deputado distrital Ricardo Vale (PT), criticou a postura dos evangélicos da Casa, que são reincidentes na derrubada de matérias favoráveis aos LGBTIs.

“Essa não é a primeira vez que tentam retirar direitos dos gays. Já conseguiram revogar o Projeto de Lei Anti-homofobia e agora querem acabar com todas as políticas públicas para o segmento. Essa ação é de cunho religioso e preconceituoso. Não é papel do parlamentar interferir dessa maneira”, criticou Ricardo Vale.

Recuo
Apesar dos discursos inflamados contra a resolução da Secult, os evangélicos recuaram na edição de um projeto de decreto legislativo (PDL) para revogar a portaria. Segundo um dos membros que pediu para não ter o nome divulgado, o grupo está dividido sobre o tema, o que impediu a apresentação do PDL na sessão desta terça-feira.

Os deputados aproveitaram para criticar a presidente da Agência de Fiscalização (Agefis), Bruna Pinheiro, por derrubar um templo da igreja Assembleia de Deus, na Vila Planalto. Segundo os parlamentares, seguindo o que foi dito pelo deputado federal Marcos Feliciano (PSC-SP), o templo estava no local há quase 50 anos.

A presidente do Agefis afirmou que a construção é recente e que estava em área pública.

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