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Dos réus na Drácon denunciados pelo MP, só Bispo Renato se manifesta

Parlamentar disse “estranhar” nova denúncia, feita um ano após a deflagração da Drácon. Ele e quatro colegas são acusados de improbidade

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
celina leão e raimundo ribeiro
1 de 1 celina leão e raimundo ribeiro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Apenas um dos cinco distritais denunciados por improbidade administrativa pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nesta quinta-feira (29/9) se manifestou publicamente sobre o caso. Do quinteto que já é réu por corrupção passiva no âmbito da Operação Drácon, Bispo Renato Andrade (PR) foi o único a criticar abertamente o MPDFT.

O parlamentar disse “achar estranho” a nova denúncia quando já existe uma ação protocolada no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). “O usual é que se solicite a abertura de processo por improbidade na peça inicial. Por que só agora, um ano depois? É para se criar fatos novos?”, questiona. O parlamentar acredita que a Justiça sequer aceitará a denúncia: “Não acho que esse pedido vá prosperar”.

 

Também réu na Operação Drácon, Raimundo Ribeiro (PPS) afirmou que só comentará o assunto se o Judiciário acolher a denúncia do MPDFT. “O juiz já determinou que se faça uma emenda. Depois que ele acolher, eu posso comentar. Até lá não vou falar”, afirmou Ribeiro.

Os demais réus — Celina Leão (PPS), Julio Cesar (PRB) e Cristiano Araújo (PSD) — também não quiseram comentar a denúncia. Com exceção de Araújo, que não estava se sentindo bem nesta quinta (29), os demais participaram de uma sessão itinerante da Câmara Legislativa, em Taguatinga.

Honestidade violada
A nova denúncia contra os réus da Drácon foi assinada pelos promotores Jairo Bisol, Clayton da Silva Germano, Pedro Dumans Guedes, Ana Cláudia Manso Rodrigues e Renato Escolin em 29 de maio. De acordo com eles, os acusados causaram dano moral ao Distrito Federal e à população, lesando o patrimônio público, e “violaram os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade às instituições a que estavam vinculados e praticaram ato visando fim proibido em lei”.

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Operação Drácon
A Operação Drácon teve início em 23 de agosto do ano passado, depois que vieram à tona os áudios feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) revelando detalhes de como os parlamentares agiam. Eles são suspeitos de cobrar propina em troca da liberação de emendas.

Liliane teria começado a grampear os colegas no fim do 2015, quando os parlamentares decidiam o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas. De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro — R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões — acabou realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento de serviços prestados em UTIs da rede pública.

Na ocasião, Liliane teria questionado a presidente da Câmara sobre a mudança na votação. No áudio, é possível ouvir Celina falando que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. Ela disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você [Liliane] está no projeto, entendeu? Você está no projeto. Já mandei o Valério [ex-secretário-geral] falar com você.”

As denúncias feitas por Liliane atingiram outros distritais, como Bispo Renato e Júlio César. Segundo as gravações, os dois teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores. De acordo com Valério Neves, em um dos áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”. “O Afonso disse que não poderia garantir nada”, afirmou Valério Neves em um dos trechos.

Com a negativa do empresário de participar do tal “compromisso”, segundo explicou Valério nos áudios, Cristiano Araújo teria conseguido o “negócio” das UTIs. Ao dizer o quanto os “hospitais iam retornar”, Valério sussurrou que seria “em torno de 7%”. E disse ainda que todos os integrantes da Mesa Diretora tinham conhecimento do acordo. Celina, por sua vez, destacou que se fosse para eles receberem algum tipo de ajuda, teria de ser para todos.

Todos os réus na Operação Drácon negam quaisquer irregularidades.

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