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Celular usado por Liliane para grampear colegas é periciado

De acordo com o exame da Polícia Civil, o Iphone 5S entregue pela parlamentar às autoridades estava sem o microchip e desbloqueado

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
liliane roriz
1 de 1 liliane roriz - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O laudo pericial elaborado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil no telefone supostamente usado pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB) para grampear a ex-presidente da Câmara Legislativa Celina Leão (PPS) e o ex-diretor-geral da Casa Valério Neves pouco atendeu às diversas solicitações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Dos cinco áudios armazenados no aparelho e encaminhados pelos promotores para exame, apenas dois foram transcritos, justamente os que já haviam sido divulgados pelo Metrópoles em 17 de agosto.

O Ministério Público solicitou que fossem extraídas do iPhone 5S informações importantes para a Operação Drácon, como arquivos, mensagens de texto e de voz, registros de aplicativos de mensagens instantâneas, imagens, vídeos, conteúdo de caixas de e-mails, contatos telefônicos e outros dados.

No entanto, o laudo pericial, obtido com exclusividade pela reportagem, não revelou se os arquivos contendo os áudios apresentavam algum tipo de manipulação ou se estavam na íntegra. Outro detalhe que chama a atenção no documento é a informação de que o iPhone 5S entregue por Liliane Roriz — de livre e espontânea vontade às autoridades — estava sem o microchip (cartão SIM) e desbloqueado.

Assim, os peritos não conseguiram atestar se o aparelho havia sido manuseado antes de passar pelos exames. “Não foi possível extrair dados como mensagens de SMS, mensagens de texto de mensageiros instantâneos, histórico de chamadas, anotações e a lista de contatos do sistema, pois tais informações encontram-se protegidas dentro de backup criado por uma criptografia de segurança elevada, que foi ativada pelo usuário através do aplicativo iTunes, apenas transposta com o uso da senha do iCloud cadastrada no aparelho, a qual não foi fornecida”, apontou o laudo pericial.

Sobre o resultado da perícia no celular de Liliane, o MP não se manifestou até a última atualização dessa reportagem.

Divulgação

 

Grampos
Liliane teria começado a grampear os colegas no fim do ano passado, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas.

De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e quase todo o dinheiro — R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões — acabou realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento de serviços vencidos em UTIs da rede pública.

As investigações da Drácon apontam para um suposto esquema de cobrança de propina por parlamentares em troca da liberação desses recursos. São alvo da operação do MPDFT e da Polícia Civil a ex-presidente da Câmara Legislativa Celina Leão (PPS); os secretários da Mesa Diretora Raimundo Ribeiro (PPS), Julio Cesar (PRB) e Bispo Renato Andrade (PR); além do distrital Cristiano Araújo.

Diante dos indícios do esquema, a Justiça determinou, em agosto, o afastamento dos parlamentares investigados da Mesa. No entanto, após analisar recursos de Celina e Raimundo na última semana, desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) decidiram manter apenas Celina fora da presidência da Câmara. Ela promete recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O Metrópoles tentou entrar em contato com Liliane Roriz, mas até a última atualização dessa matéria, a deputada não retornou as ligações.

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