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“Aliança entre PDT e Frejat só beneficia Joe Valle”, diz Hélio Doyle

Ex-chefe da Casa Civil de Rollemberg e recém-filiado ao partido do presidente da CLDF critica postura do correligionário

atualizado

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TONY WINSTON/AGÊNCIA BRASÍLIA
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1 de 1 helio-doyle - Foto: TONY WINSTON/AGÊNCIA BRASÍLIA

Cotado como um dos possíveis nomes do PDT-DF para disputar o Palácio do Buriti, o ex-chefe da Casa Civil Hélio Doyle afirmou, na quinta-feira (21/6), que não pretende ser candidato pela legenda em 2018. A desistência ocorre em meio à grande indefinição, no DF, do partido fundado por Leonel Brizola: se encabeça uma chapa de centro-esquerda ou se adere ao projeto do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), de levar o apoio ao pré-candidato da direita, Jofran Frejat (PR).

A indefinição tem irritado integrantes da sigla, incluindo o próprio Doyle, pelo fato de a Executiva Nacional partidária ter delegado a Joe Valle a decisão. Desde abril o distrital tem pedido mais tempo para os caciques nacionais antes de bater o martelo.

Para o partido seguir de mãos dadas com Frejat, Joe quer, em troca, a garantia de concorrer em uma das duas vagas da chapa ao Senado Federal. Para isso, um dos nomes já anunciados como pré-candidato teria de oferecer o posto: o deputado federal Alberto Fraga (DEM) ou o empresário Paulo Octávio (PP).

“Com isso, o PDT está se apequenando, mendigando essa coligação com o Frejat. O que eu vejo é que o partido tem se submetido aos interesses pessoais de Joe. Afinal, qual é o interesse coletivo nessa aliança? Qual é o interesse do Ciro Gomes [presidenciável da sigla] de não ter um candidato próprio ao governo do DF? A quem interessa essa coligação do Frejat? É um equívoco muito grande do PDT continuar nesse caminho”, disparou Doyle.

Confira a entrevista:

Com tantas pré-candidaturas postas no tabuleiro, o PDT teria chances de protagonizar a corrida majoritária?
Claro que sim. O PDT teria total condição de lançar candidatura ao governo e formar uma aliança realmente progressista, de centro-esquerda. Na minha avaliação, de quem já acompanhou todas as eleições no DF, o partido teria, inclusive, condições de chegar ao segundo turno e, provavelmente, ganhar. Com uma coligação própria e eloquente, o partido teria votos do PT, que não tem candidatura forte, do eleitor insatisfeito de Rollemberg e ainda de todos aqueles que se opõem à volta do grupo de Roriz e Arruda.

Mas a coligação com Frejat não seria competitiva?
Na minha opinião, é uma posição errada do ponto de vista político e eleitoral. Desde que o Joe anunciou que desistiria do GDF para tentar o Senado na chapa de Frejat – o que ocorreu em abril –, ele tem construído sucessivos adiamentos da decisão. Isso é ruim para o PDT, o Ciro Gomes, os candidatos proporcionais e para o próprio Joe.

Infelizmente, Joe está insistindo neste caminho, que pode até dar certo, só que apenas para ele. Já estamos chegando em julho e o PDT – um partido forte – não definiu o caminho que vai seguir. Eu mesmo não teria me filiado se soubesse que a legenda poderia fazer campanha para o Frejat. Aliás, isso foi até uma das garantias que me deram antes de eu assinar a ficha de filiação.

Na sua avaliação, qual é o motivo da insistência de Joe Valle? 
Um dos apoiadores de Joe chegou a mencionar que o partido receberia a área social em um eventual governo Frejat, mesmo sem a vitória dele. Ou seja, cheira a fisiologismo puro. O pior é que a maioria da Executiva Regional está apoiando a intenção do Joe Valle de ir para o grupo do Frejat. Um dos únicos contra é o deputado distrital Reginaldo Veras. Se isso prevalecer, o PDT vai sair dessa eleição menor do que entrou.

Sua participação na política sempre foi nos bastidores. Como seu nome surgiu como possível candidato?
Ingressei no PDT imediatamente depois que o Joe anunciou que não seria candidato ao governo. Em encontros que tive, me falaram que eu poderia ser uma alternativa. À época, até aceitei essa ideia, porque acho que era importante para o partido. Ouvi de partidos como o PCdoB, o PPL e a Rede que estariam conosco. Fui inclusive procurado por duas correntes do PT, que acenaram com a possibilidade de trazer o apoio também. Tive uma conversa com a presidente do partido, Erika Kokay, para tratar disso. Mas não aceitarei mais essa disputa.

Teria chances de vencer?
Quando disputou o Buriti, Cristovam começou com 2% e foi eleito governador, derrotando até o candidato do Roriz à época. Rollemberg também começou de forma modesta e foi eleito. Hoje, pelo que vemos, quase 50% dos eleitores estão sem candidato. Com o atual cenário, podemos ter um percentual muito grande de votos nulos e abstenções e, com isso, correr o risco de ter um governador eleito com apenas 25% dos votos. Caso isso aconteça, será um governante que não representa a vontade popular, mas, sim, o “não voto”.

A candidatura do PDT seria uma alternativa a isso. Não seria necessariamente eu, mas poderia ser alguém com perfil semelhante.

Por que o senhor só se filiou recentemente ao PDT?
Cheguei a ter convites da Rede e até do Partido Novo. Mas sempre tive muita simpatia pelo PDT. No entanto, não me filiaria a um partido que tivesse, entre seus integrantes, nomes como o do senador Cristovam Buarque [hoje no PPS] e da distrital Celina Leão [hoje no PP]. Esperei que eles saíssem.

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