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Polícia Federal faz operação para prender policiais do Senado

O Metrópoles divulgou a operação em primeira mão. Liderados pelo diretor de Polícia da Casa, os agentes são suspeitos de atrapalhar as investigações

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Operação congresso
1 de 1 Operação congresso - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Agentes da Polícia Federal prenderam quatro policiais legislativos do Senado, na manhã desta sexta-feira (21/10), durante a Operação Métis. Conforme o Metrópoles mostrou em primeira mão, eles são acusados de atrapalhar as investigações da PF no âmbito da Lava Jato.

De acordo com a PF, são cumpridos, no total, nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Os investigadores obtiveram provas de que o grupo, liderado pelo diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, tinha a finalidade de criar embaraços às investigações da PF. De acordo com as apurações, os policiais faziam um trabalho de contrainteligência, com o objetivo de desmontar interceptações telefônicas tanto no Senado como em casas de parlamentares.

Em um dos episódios, ainda segundo a Polícia Federal, o diretor da Polícia do Senado teria ordenado a prática de atos de intimidação à PF no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em apartamento funcional de um senador (cujo nome não foi divulgado).

Pedro Carvalho foi preso, assim como Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antônio Tavares. O diretor é ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e é considerado intocável na Casa. Está à frente da Polícia Legislativa há mais de uma década.

Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e seis meses de prisão, além de multa.

A Justiça Federal também determinou a suspensão do exercício da função pública dos policiais do Senado envolvidos. O nome da operação, Métis, faz referência à deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.

Durante a operação, o Congresso Nacional foi cercado por camburões da Polícia Federal nas primeiras horas da manhã. Buscas também foram feitas em Águas Claras e em outras regiões do DF. A ação tem apoio da polícia do Senado. A informação inicial dava conta de que um dos alvos da operação era a casa do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), no Lago Norte, mas isso não foi confirmado pela assessoria da PF.

Michael Melo/Metrópoles
Buscas em Águas Claras

 

 

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