A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu na noite desta terça-feira (17/1) um terceiro envolvido no crime que resultou no desaparecimento e possível homicídio de seis pessoas de uma mesma família na capital. Fabricio Silva Canhedo, 34 anos, teria sido responsável por vigiar as vítimas mantidas em cativeiro em Planaltina.
As vítimas em questão são Renata Juliene Belchior, 52 anos, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25. Elas são, respectivamente, mãe e irmã de Thiago Gabriel Belchior, 30, acusado de planejar juntamente do pai, Marco Antônio Lopes, 54, os assassinatos.
Outros dois foram presos nesta terça
O crime teria sido encomendado pelo marido e pelo sogro de Elizamar. As informações do caso foram divulgadas pelo delegado-chefe da 6ª DP (Paranoá), Ricardo Viana, em coletiva realizada no início da noite terça-feira (17/1).
Os detalhes constam no depoimento de um dos homens detidos. Dois são apontados como autores dos homicídios. O segundo ficou calado durante toda a oitiva.
A motivação apontada pela polícia seria uma grande quantia em dinheiro. Viana afirmou que um dos presos pela participação no crime, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49 anos, contou que Thiago Gabriel Belchior, 30, encomendou a morte de Elizamar por R$ 100 mil.

Cabelereira Elizamar da Silva, 39Arquivo Pessoal

No total, 10 pessoas de uma mesma família foram assassinadas em uma das maiores chacinas do Distrito Federal. Elizamar, dona de um salão de beleza na Asa Norte, é uma delasArquivo Pessoal

Os três filhos de Elizamar e Thiago – os gêmeos Rafael e Rafaela da Silva, 6, e Gabriel da Silva, 7 – estavam com a mãe no dia em que sumiramArquivo pessoal

Arquivo Pessoal

Renata Belchior é sogra de Elizamar. Dada como desaparecida, a polícia acredita que o corpo encontrado carbonizado em outro carro seja dela. Arquivo Pessoal

Renata Belchior é sogra de Elizamar. Dada como desaparecida, a polícia acredita que o corpo encontrado carbonizado em outro carro seja dela. Arquivo Pessoal

Renata Belchior é sogra de Elizamar. Dada como desaparecida, a polícia acredita que o corpo encontrado carbonizado em outro carro seja dela.

O corpo de Thiago Gabriel, marido de Elizamar, também foi encontrado após um boletim que indicou seu desaparecimentoArquivo Pessoal

Arquivo Pessoal
Thiago teria atraído a esposa até a casa do pai, no Paranoá. Porém, quando ela chegou ao local, eles mudaram os planos quando perceberam que ela estava com os filhos pequenos. Os quatro foram amordaçados e levados do local. Thiago, então, teria tentado acalmar as crianças, mas, em determinado momento, a situação saiu de controle e ele acabou asfixiando os meninos.
Ainda de acordo com Viana, imagens de uma câmera de segurança flagraram o momento em que Gideon Batista de Menezes, 55 anos, (o outro preso) compra um galão de gasolina. Tudo leva a crer que o líquido inflamável foi utilizado para queimar o corpo da cabeleireira e dos três filhos.
“Ele [Horácio] relatou que o Thiago, junto com Marcos, encomendou ele e o Gideon para que fizessem os crimes. Ele recebeu R$ 100 mil. Apreendemos R$ 15 mil que seria de pagamento”, disse o delegado.
Thiago e o pai, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, ainda são procurados. O primeiro já é considerado da Justiça, por ter um mandado de prisão em aberto, por receptação.
Anteriormente, os dois eram tratados como desaparecidos, mas a suspeita é que ambos tenham fugido com uma mulher, identificada Cláudia, e a filha dela, de nome Ana Beatriz. A primeira seria amante de Marcos, o sogro de Elizamar.

Gideon Batista de Menezes, 55 anosReprodução

Gideon tinha mãos e braços queimadosDivulgação/PCDF

Horácio Carlos Ferreira Barbosa é outro suspeito presoReprodução

Horácio chegando à 6ª DP (Paranoá)Hugo Barreto/Metrópoles
O dinheiro em questão seria da venda de um terreno da esposa de Marcos, Renata Juliene Belchior, 52, no valor de R$ 400 mil, e R$ 100 mil que eram de Elizamar. Do montante, R$ 100 mil teriam sido pagos aos matadores. “Vamos tentar localizar essas pessoas”, disse o delegado à frente do caso, Ricardo Viana.
Ainda segundo a versão de Horácio, Renata e a filha teriam sido mantidas pelos autores do crime em cativeiro. Marcos teria, inclusive, roubado o celular delas e respondido mensagens de texto, se passando pelas mulheres. Vendadas, ambas eram ameaçadas constantemente, inclusive com violência psicológica de que seriam alvejadas. Os corpos das duas seriam os dois encontrados dentro de outro carro, em Unaí (MG), segundo o depoimento do suspeito preso.