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Polícia Civil captura menor suspeito de matar estudante da UnB

Garoto, de 14 anos, foi apreendido em Ceilândia neste domingo (10/12) e disse que matou porque Arlon Fernando reagiu ao assalto

atualizado

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1 de 1 Arlon2 - Foto: Reprodução

A Polícia Civil identificou e apreendeu, neste domingo (10/12), o suspeito de assassinar o doutorando em física da Universidade de Brasília (UnB) e ciclista, Arlon Fernando da Silva, de 29 anos. Trata-se de um adolescente de 14 anos. Os investigadores acreditam que o rapaz não agiu sozinho e pode estar protegendo a identidade de um adulto. As investigações ainda estão em curso.

Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, o garoto foi capturado no Setor O, em Ceilândia, por volta das 15h. Ele era monitorado desde a noite da última sexta-feira (8/12). Policiais da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) trabalharam de forma ininterrupta com o apoio de agentes da 24ª DP, localizada na mesma região onde a apreensão ocorreu. Agora, eles tentam localizar a bicicleta roubada de Arlon. Existe a suspeita de que o menor teria tentado vendê-la pela internet.

Os primeiros a serem ouvidos pelos investigadores da 24ª foram os pais do adolescente. No entanto, os relatos não foram suficientes para a apreensão. Durante a tarde, o suspeito prestou o primeiro depoimento e afirmou ter agido sozinho. Alegou, ainda, que matou Arlon porque ele reagiu ao assalto. A versão é contestada pela polícia. O adolescente tinha outras passagens e era conhecido por roubar ou furtar bicicletas.

No início da noite, o menor chegou à Delegacia da Criança e do Adolescente I (DCA I), no Plano Piloto, e mudou a versão dos fatos outras três vezes. Até as 23h40 ele ainda estava na unidade policial, acompanhado de três parentes. A avó do jovem conversou com a reportagem do Metrópoles em um intervalo do depoimento. “No dia do crime, ele chegou em casa meia-noite. Disse que estava com diarreia e me deu as roupas para lavar. Lavei e não vi vestígios de sangue”, disse a avó que prefere não ter o nome divulgado.

Latrocínio
Doutorando em física pela Universidade de Brasília (UnB), Arlon morreu aos 29 anos, vítima de latrocínio. As câmeras de vigilância instaladas no perímetro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) flagraram o momento em que Arlon cambaleia até cair no canteiro central entre as pistas S1 e N1, em frente à sede do Poder Legislativo e a poucos metros do Palácio do Buriti, onde despacha o governador.

O local também é vizinho do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O jovem foi atacado na noite de quinta-feira (7/12) por um assaltante armado com faca, que lhe roubou a bicicleta.

Depois de cair, o estudante ainda rastejou por quase 30 metros, tentando buscar socorro. Mas, à noite, em um lugar pouquíssimo iluminado, muitos motoristas não o viram – e quem porventura o avistou não entendeu a cena ou teve medo de parar.

A partir de uma ligação ao 190, policiais militares foram acionados e prestaram socorro à vítima. Arlon foi levado para o Hospital de Base ainda com vida. Mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi atingido com, pelo menos, quatro facadas perto da região das axilas. Uma delas causou perfuração profunda. Um trecho da pista marginal ao episódio do crime ficou todo manchado de sangue.

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