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PF faz operação que apura desvio de verba de projetos financiados pela Finatec e pelo CNPq

Cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal e em Minas Gerais, e de sequestro de bens

atualizado

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Polícia Federal/ Divulgação
Polícia Federal deflagra operação no DF
1 de 1 Polícia Federal deflagra operação no DF - Foto: Polícia Federal/ Divulgação

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (21/9), a Operação Klopês, com o objetivo de apurar esquema de desvio de recursos oriundos de projetos de pesquisa financiados pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), entidade credenciada como fundação de apoio à Universidade de Brasília (UnB), e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal e em Minas Gerais, e de sequestro de bens e valores na ordem de R$ 2 milhões, expedidos pela 10ª Vara Criminal Federal do DF.

A investigação, que contou com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), foi iniciada a partir de relatório de auditoria da CGU, revelando possível esquema de desvio de recursos públicos entre os anos de 2015 e 2020, em projetos que receberam mais de R$ 10 milhões.

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Os alvos da operação usavam diárias para pagamento de viagens não relacionadas ao objeto dos projetos; transferiam valores dos projetos para a conta pessoal do coordenador de um dos projetos; realizavam pagamentos em duplicidade a bolsistas beneficiados e utilizavam recursos dos projetos para financiar despesas com aquisição de itens supérfluos, bem como para pagamento de aluguel de imóvel de luxo em Brasília.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, com penas de prisão que podem chegar a 22 anos.

O Metrópoles procurou a Finatec, que se pronunciou por meio de nota publicada no site da fundação. “Na data de hoje, 21 de setembro de 2021, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão de documentos relativos aos projetos 6422 e 6426. A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – Finatec, na condição de fundação de apoio de IFES e ICT´s, esclarece que atua na gestão administrativa e financeira dos projetos de pesquisa, ensino e extensão de suas apoiadas, cabendo à estas o acompanhamento técnico, científico e acadêmico dos seus projetos. A Finatec mantém compromisso com a ética e integridade, tendo implementado o programa de governança corporativa e compliance procurando mitigar riscos de atuação e, principalmente, cumprir a legislação vigente. A Finatec, além de previamente já disponibilizar os dados em seu portal da transferência, franqueou acesso irrestrito à documentação solicitada e esclarece que em toda a sua atuação cumpre a legislação, assim como está a disposição das autoridades”, disse.

UnB também se pronunciou por meio de nota. “A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) é uma fundação privada, com a qual a UnB celebra contratos para a gestão administrativa e financeira de seus projetos de pesquisa, ensino e extensão, conforme estabelecido na Lei 8.958/1994”.

Leia a nota na íntegra:

Nota Oficial Operação Klopês by Metropoles on Scribd

O CNPq também foi procurado e disse que não foi notificado pelos órgãos responsáveis pela operação.

Leia o posicionamento:

“Em relação à ação da Polícia Federal, noticiada na manhã desta terça-feira, 21, por meio da Operação Klopês, informamos que o CNPq não foi notificado pelos órgãos responsáveis pela operação e a instituição nem seus gestores são alvos da ação. Dessa forma, só podemos nos manifestar quando tivermos informações sobre os projetos investigados.

Os projetos apoiados pelo CNPq cumprem procedimentos legais e sempre que são identificadas inconsistências ou irregularidades, são tomadas as medidas cabíveis.

O CNPq está à disposição para contribuir no que for necessário.”

Klopês

O nome da operação é de origem grega e corresponde ao termo que é empregado para designar os crimes contra o patrimônio, incluindo o peculato, que ocorre quando o funcionário público se apropria de valores dos quais possui a posse em razão do cargo que ocupa.

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