metropoles.com

Parque de Exposições da Granja do Torto é alvo de disputa

Associação que administrou o local por 25 anos quer indenização de R$ 10 milhões. GDF diz que demanda é improcedente e vai abrir licitação para nova concessão de uso

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
granja do torto
1 de 1 granja do torto - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Parque de Exposições Agropecuárias da Granja do Torto (PAGT) está a um passo de se tornar o pivô de uma disputa acirrada, com chance de chegar à esfera judicial. De um lado, está o Governo do Distrito Federal, que retomou a gestão do local em agosto do ano passado e pretende licitar uma nova concessão de uso até o próximo ano. Do outro, encontra-se a Associação de Criadores do Planalto (ACP), que administrou o parque pelos últimos 25 anos e já adiantou que buscará indenização caso o lugar passe para as mãos de outra entidade.

O presidente da ACP, Agnaldo Lélis, alega que a associação, com mais de 1,5 mil membros, investiu pelo menos R$ 10 milhões em benfeitorias durante o período que administrou o parque de exposições, e que entrará na Justiça para reaver o valor. No entanto, Ricardo de Magalhães Luz, da Secretaria de Agricultura (Seagri), afirmou que o governo não pagará um centavo, pois a área é de propriedade pública, e a associação sabia do risco dos investimentos. No entanto, Magalhães diz que o projeto de concessão prevê a manutenção dos produtores que hoje estão no local.

O discurso do GDF não convence a ACP. “Gastamos do nosso bolso com a construção de estruturas e convidamos empresas ligadas ao ramo para usufruir do local. Foi instalado um laboratório de análises veterinárias e escola de equitação, além da realização de competições e feiras”, relata Lélis.

Abandono
A reclamação da ACP não se restringe à tentativa de reaver os valores investidos no período em que ficou à frente do Parque de Exposições. A associação reclama que a atual gestão não tem conseguido manter a estrutura do local. “Houve danos por causa das chuvas do ano passado que até hoje não foram reparados. Quando tinha problemas, resolvíamos de prontidão”, diz Lélis.

O atual diretor do PAGT rebate a acusação e afirma que já requisitou a dispensa de licitação para o reparo das construções afetadas por vendavais. “Implementamos melhorias e estamos cuidando para que o local possa receber novos eventos este ano”, disse Magalhães.

A equipe fotográfica do Metrópoles esteve no Parque e constatou que diversas construções necessitam de manutenção. Veja as imagens:

0

 

Potencial
Com área de 740 mil m², o PAGT conta com espaço para atividades de bovinocultura, equideocultura, caprinocultura, ovinocultura, apicultura, avicultura, atividades de entretenimento, capacitação, exposições e leilões, entre outras atividades. Em 1989, a administração do local foi concedida à ACP, que passou a organizar os eventos e abrigou outras 25 entidades ligadas à agropecuária no lugar. 

O potencial econômico da área chamou a atenção do GDF. Em agosto de 2015, o espaço foi regulamentado pelo Decreto n° 36.644 /2015instrumento legal usado para o processo de retomada da administração por parte do governo. Desde então, o PAGT é gerido por um Conselho Gestor, formado por órgãos do governo e entidades do setor, mas administrado pela Secretaria de Agricultura do DF.

Agora, no que depender do Executivo, a responsabilidade passará para outas mãos. Ainda no ano passado, o GDF lançou a Manifestação de Interesse privado (MIP), definindo quais os objetivos e os interesses para o PAGT, no qual os interessados esboçaram um projeto básico com proposta de exploração.

Duas empresas, uma pública (Senar) e outra privada (Going Global), apresentaram planos para o lugar, mostrando possibilidades de uso e parâmetros que devem constar no termo de referência para uma futura licitação.

“Nosso objetivo é desenvolver atividades até então renegadas no local e transformar o parque em uma referência nacional nas negociações agropecuárias. Para isso, propomos uma concessão de uso comum para os próximos 30 anos, na qual o GDF receberá por isso, diferentemente do que acontecia anteriormente”, afirmou Ricardo de Magalhães Luz. Segundo o diretor da Secretaria de Agricultura

Os estudos para a licitação devem continuar nos próximos meses e, segundo Magalhães, a concorrência deve acontecer no prazo de um ano.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?