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Panatenaico: dinheiro de obra do Mané bancou até festa do Dia das Mães

Segundo o MPF-DF, dinheiro foi pedido pela então diretora de Edificações da Novacap, Maruska Lima

atualizado

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Lula Marques/Secretaria da Copa
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1 de 1 maruska2 - Foto: Lula Marques/Secretaria da Copa

As denúncias divulgadas pelo Ministério Público Federal no DF (MPF) nesta sexta-feira (4/5), no âmbito da Operação Panatenaico, revelam que o dinheiro destinado à obra de reforma do estádio Mané Garrincha foi usado até para bancar festinha do Dia das Mães de servidores da Novacap, em 2013.

O consórcio Brasília 2014, formado pela Andrade Gutierrez e Via Engenharia, custeou a despesa no valor de R$ 4 mil solicitado, segundo as investigações, por Maruska Lima de Sousa Holanda (foto de destaque), na época diretora de Edificações da Novacap.

A nota fiscal foi expedida pela empresa BB De Miranda & CIA LTDA e apresentada pela Andrade Gutierrez à Polícia Federal para documentar as vantagens indevidas pagas em razão da arena brasiliense.

Veja o documento:

Reprodução

 

Maruska e o então presidente da Novacap, Nilson Martorelli, viraram réus, no mês passado, quando a juíza Pollyana Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal no DF, acatou denúncia do MPF-DF contra 12 investigados da Panatenaico.

Todos responderão por associação criminosa, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

De acordo com a denúncia, a partir de 2008, a construção do Estádio Nacional de Brasília tornou-se fachada para um esquema de corrupção que englobou agentes públicos e dirigentes da Andrade Gutierrez e Via Engenharia. No texto, acatado pela juíza Pollyanna Kelly, a prática criminosa envolvia pagamentos de vantagens financeiras, fraudes de processo licitatório e desvios de recursos públicos.

Ação penal contra Maruska Lima, Nilson Martorelli, Alberto Nolli e Fernando Queiroz by Metropoles on Scribd

 

Ainda segundo a denúncia, Maruska teria participado de um esquema para fraudar a licitação da construção do estádio, transformando o certame em um “jogo de cartas marcadas” que beneficiou as duas empreiteiras.

Tanto Maruska quanto Martorelli solicitaram e receberam, direta e indiretamente, vantagens indevidas por terem direcionado o edital de licitação. A denúncia ainda relata que os dois tentaram maquiar o recebimento de valores pagos em forma de propina por meio de terceiros ou pela prestação de serviços jamais executados. A ex-presidente teria recebido R$ 177 mil, enquanto o colega supostamente embolsou R$ 400 mil.

A reportagem não localizou os citados para que comentassem as denúncias.

O caso
A obra do estádio Mané Garrincha foi contratada inicialmente por R$ 696 milhões. Após 25 termos aditivos, o valor final alcançou R$ 1,577 bilhão, tornando-se o estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014, no que se refere ao custo total e por assento.

Segundo o MPF, as ilicitudes evidenciadas nas denúncias abordam o direcionamento da licitação para as obras do estádio, o pagamento de propinas e a lavagem de dinheiro. A obra foi custeada integralmente com recursos públicos, pagos pela Terracap, dona da arena. À Novacap, coube realizar o processo licitatório e o acompanhamento das obras.

De acordo com os procuradores, a suposta organização criminosa se estruturou em três núcleos: político, formado pelos chefes do poder executivo do Distrito Federal em seus respectivos mandatos; econômico, formado por empresas contratadas pela Administração Pública e que pagavam vantagens indevidas a funcionários de alto escalão e aos componentes do núcleo político; e administrativo, formado pelos funcionários de alto escalão da Administração Pública com ingerência na licitação e contrato.

As denúncias oferecidas pelo MPF-DF tiveram como alvo os núcleos políticos e o administrativo.

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