A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desse sábado (24/3), mais uma fase da Operação Trickster, que apura desvios no Sistema de Bilhetagem Eletrônica. A casa do diretor do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTRans), Léo Carlos Cruz, foi alvo de mandado de busca e apreensão. Os agentes prenderam um dos gestores do órgão.
Ao tomar conhecimento do desdobramento da operação, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) afirmou, por meio de nota, que todos os envolvidos serão exonerados, incluindo Léo Cruz. No lugar dele, assume Marcos Tadeu de Andrade, auditor de controle interno de carreira e atualmente controlador-geral adjunto do DF.Responsável pela unidade de controle de bilhetagem automática do órgão, Harumy Tomonori Honda foi detido na manhã deste sábado (24). O suspeito foi ouvido pelo chefe da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), delegado Wisllei Salomão.
Harumy foi preso em casa, em Taguatinga. A Justiça decretou a prisão temporária (cinco dias, prazo que pode ser prorrogado por igual período) do diretor e também autorizou cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência dele. A Secretaria de Mobilidade ainda não se pronunciou sobre o caso.

O diretor-geral do DFTrans, Léo Carlos Cruz, foi exonerado nesse sábado (24/3) pelo governador Rodrigo RollembergGabriel Jabur Agência Brasília

Em seu lugar, assume Marcos Tadeu de Andrade (à direita). Ele ocupava o cargo de controlador-geral adjunto do DFAgência Brasília

Policiais foram às ruas após nova fase da Operação Trickster, deflagrada pela PCDF e que investiga esquema de fraudes e desvios de recursos do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA)Rafaela Felicciano/Metrópoles

De acordo com a PCDF, Pedro Jorge Brasil, auditor da Secretaria de Mobilidade, seria o líder do grupoMirelle Pinheiro/Metrópoles

A quadrilha descarregava os créditos de cartões de vale-transporte nos validadores dos ônibusRafaela Felicciano/Metrópoles

Validadores apreendidos durante a operaçãoRafaela Felicciano/Metrópoles

Esquema pode ter dado prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicosPCDF/Divulgação

Alguns dos detidos durante a operaçãoRafaela Felicciano/Metrópoles

Alexandre Lopes de Alencar, assessor parlamentar na Câmara Legislativa, está entre os presosArquivo pessoal

A investigação é realizada em conjunto por duas delegacias da PCDFRafaela Felicciano/Metrópoles

Pelo menos 300 policiais participam da operaçãoRafaela Felicciano/Metrópoles
Seis dos 34 investigados tiveram a prisão preventiva decretada na tarde dessa sexta-feira (23). Eles foram detidos em 15 de março, durante megaoperação da Polícia Civil e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), e são suspeitos de integrar o esquema de fraude que pode ter causado prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
A 3ª Vara Criminal de Brasília tomou a decisão de tornar preventiva a prisão que era temporária. O pedido foi elaborado pela Coordenação de Combate à Corrupção (Cecor) e pela Divisão de Repressão à Corrupção e aos Crimes contra a Administração Pública (Dicap).
Entre os presos, está o auditor Pedro Jorge Brasil, na mira da PCDF desde a Operação Checklist, deflagrada em outubro de 2017. A decisão também inclui André Vidal Vasconcelos Silva, Eric Souza dos Santos, Renato de Melo Alves, Vinícius Volpon Quatio e Rodrigo José Silva Pinto.
De acordo com as investigações, Pedro Jorge Brasil, lotado desde 2014 na Subsecretaria de Fiscalização, Auditoria e Controle (Sufisa), da Secretaria de Mobilidade, seria o líder do esquema. Ele utilizava-se do cargo para vincular falsos funcionários ao recebimento de vale-transporte. Outros servidores do DFtrans o ajudavam a alimentar o sistema com as informações.
Com um contracheque de quase R$ 19 mil mensais, Pedro Jorge queria mais. As investigações apontam que o desvio com a senha usada por ele seria de até R$ 3,5 milhões. Os investigados foram indiciados pelos crimes de peculato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro.