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Obras de Corumbá atrasam e água só chegará ao DF em meados de 2019

Estimativa anterior do GDF é que sistema começasse a funcionar este mês. Empreendimento está com 93% das obras executadas

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Corumbá IV Valparaíso
1 de 1 Corumbá IV Valparaíso - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Distrito Federal terá que esperar pelo menos até abril de 2019 para começar a receber água do Sistema Produtor Corumbá. O Governo do DF havia anunciado para este mês o final das obras, mas elas não foram concluídas. Para terminar a parte de responsabilidade do Distrito Federal, faltam a instalação de válvulas, a conclusão da linha de transmissão de energia (alta tensão) e o período de testes. Atualmente, 93% do empreendimento, com capacidade para atender 2,5 milhões de pessoas, está finalizado.

Fruto de consórcio entre o DF e Goiás, o sistema tem 50% de participação da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e 50% da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago). Ao todo, o investimento soma R$ 540 milhões. A obra é uma das apostas do Palácio do Buriti para acabar espantar de vez o fantasma de um novo racionamento de água na capital da República.

Nesta sexta-feira (7/12), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) esteve na Estação Elevatória de Valparaíso (GO), Entorno do DF, para vistoriar o andamento dos trabalhos. Entre este mês e fevereiro de 2019, deverão chegar as válvulas. As principais delas — que garantem os testes pré-operacionais — serão as primeiras a serem entregues em dezembro.

O abastecimento separa-se em duas fases. Inicialmente, o projeto vai atender 1,3 milhão de pessoas com vazão de 2,8 mil litros por segundo. Mas ela poderá ser dobrada no futuro e chegar a 5,6 mil litros por segundo. Cada uma das unidades da Federação (DF e Goiás) ficará com metade do volume.

A outorga concedida pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) permite o teto de até oito mil litros por segundo.

O ponto de captação do Reservatório de Corumbá IV fica no município de Luziânia (GO). A área coberta pelo lago é de 173 quilômetros quadrados (km²). Nesse local, é recolhida a água bruta, e a execução cabe à Saneago.

Reprodução/Agência Brasília

A partir dessa etapa, a água passa por uma adutora, responsabilidade conjunta das duas companhias, e é levada até a Estação de Tratamento de Água em Valparaíso, construída pela Caesb.

Ainda em Valparaíso, encontra-se a Elevatória de Água Tratada. A partir desse ponto, até a distribuição para o sul do Distrito Federal, as obras são da Caesb e incluem uma adutora que liga o sistema até Santa Maria e outra até o Gama.

As regiões administrativas do DF a serem atendidas diretamente por Corumbá são: Gama, Park Way
parte do Riacho Fundo II e Santa Maria. Em seguida, com as obras de interligação, entrarão: Águas Claras, Arniqueiras, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Taguatinga Sul. Quando elas forem concluídas, os Sistemas Descoberto e Torto-Santa Maria se complementarão.

Quatro municípios goianos do Entorno também serão beneficiados: Cidade Ocidental, Luziânia
Novo Gama, Valparaíso.
As obras sob responsabilidade da Saneago, a parte estrutural da estação de captação de água no Reservatório Corumbá IV, a estação elevatória e os 12,7 quilômetros de adutora estão 95% executados. De acordo com a empresa, faltam a conclusão da linha de transmissão e a subestação elétrica, além de equipamentos de grande porte. A estimativa é que sejam instalados em janeiro.

Os estudos para a construção do sistema começaram em janeiro de 2006 e levaram quase dois anos até a entrega do projeto básico do reservatório, em novembro de 2007. A obra foi lançada entre Caesb e Saneago em 2011.

Desde então as intervenções sofreram duas paralisações. Na estação de tratamento de água em Valparaíso, os trabalhos foram interrompidos em 2014, após a empresa contratada pelo DF desistir da licitação, que precisou ser feita novamente. As atividades de responsabilidade da Caesb voltaram em 2015.

Um ano depois, a Saneago suspendeu as atividades por suspeita de superfaturamento. Um acordo com os órgãos de transparência e empresas envolvidas foi firmado para que no ano seguinte os recursos do Ministério das Cidades voltassem a ser repassados para o estado goiano, que deu continuidade às obras. (Com informações da Agência Brasília)

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