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“Nossa casa foi embora”, lamenta moradora afetada por inundação no DF

Chuvas provocaram transbordo de bacia de contenção hídrica no Sol Nascente e deixou famílias sem casa. Defesa Civil vai demolir o que restou

atualizado

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Milena Carvalho/Metrópoles
Estrago em casas no Sol Nascente, na Ceilândia, após fortes chuvas. Na foto vê-se diversos móveis estragados e muita lama em terreno baldio e mulher retirado objetos que ainda não foram danificados - Metrópoles
1 de 1 Estrago em casas no Sol Nascente, na Ceilândia, após fortes chuvas. Na foto vê-se diversos móveis estragados e muita lama em terreno baldio e mulher retirado objetos que ainda não foram danificados - Metrópoles - Foto: Milena Carvalho/Metrópoles

Angústia. Assim Maria Lúcia da Conceição, 39 anos, descreve o sentimento após ver o estrago que as fortes chuvas provocaram na cidade onde mora, o Sol Nascente. A região administrativa do Distrito Federal foi atingida por um temporal, na última sexta-feira (18/11), que deixou 24 famílias sem casa.

As casas de Maria Lúcia e de outros moradores do Sol Nascente ficou inundada depois que uma bacia de contenção hídrica local transbordou. Ela, o marido e os dois filhos do casal, de 12 e 4 anos perderam móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. “É a triste história de quem perdeu tudo e não tinha nada”, descreve.

Maria Lúcia, assim como o marido, está desempregada. A moradora do Sol Nascente conta que, durante o temporal do fim de semana, a água chegou à altura dos tornozelos dentro de casa. A televisão e uma geladeira que a família tinha ganhado havia três meses estragaram.

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Na manhã desta segunda-feira (21/11), Maria Lúcia juntou-se às vizinhas para lavar sofás, camas e cobertores que ficaram sujos após a enchente. Ela dormia quando percebeu que o imóvel era tomado pela água.

“Minha reação foi tirar minha menina do quarto, porque eu achei que o muro fosse cair. Se caísse, iria direto na cabeça dela. A sensação é de que a chuva era dentro da nossa casa”, relata.

Assista a vídeo da demolição:

Resgate dos escombros

O Governo do Distrito Federal (GDF) disponibilizou um ginásio para receber as 24 famílias que não tivessem para onde ir. No entanto, todas se deslocaram para a casa de parentes ou vizinhos, na mesma região administrativa.

O espaço acabou liberado para eventos programados no local, mas as famílias que não aceitaram abrigo serão acompanhadas por equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

A manicure Adriana Silva (foto em destaque), 36, ainda tenta recuperar os poucos objetos que sobraram da casa, que ficou totalmente destruída após o rompimento da bacia de contenção.

Adriana tem quatro filhos, de 18, 16, 14 e 4 anos. Em meio aos escombros e à lama, ela encontrou o urso do mais novo e fez questão de resgatar o brinquedo. “É do meu pequeno. Ele vai ficar feliz quando vir que eu achei”, conta.

A manicure, que morava na casa da sogra, em Ceilandia, tinha conseguido construir um imóvel no Sol Nascente há três anos, com o marido. “Agora, é voltar a viver de favor. Nossa casa foi embora e, hoje, vão terminar de derrubar o que sobrou dela”, lamenta.

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Demolições

A Defesa Civil informou que vai derrubar  20 casas no local. Os moradores que permanecerem serão orientados a deixar os imóveis em caso de chuva.

“O local é de risco, então, há chances de desabamento. A gente oferece um suporte de abrigo para essas famílias, mas as que quiserem permanecer serão alertadas que precisam deixar o local em caso de chuva”, ressalta o coordenador de operações da Defesa Civil, Gabriel Motta de Carvalho.

O órgão comunicou diz ainda que, apesar de passarem por limpeza frequente, a bacia de contenção acumulava “muito lixo”, o que entupiu os pontos de vazão de água.

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) fez a retirada da sujeira do local.

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