Por meio de suas redes sociais a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (foto em destaque) ironizou a reportagem de O Estado de S. Paulo que revelou que o governo de Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer ao Brasil, ilegalmente, diversas joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões. As peças seriam um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle, que visitou o país árabe em outubro de 2021, acompanhando a comitiva presidencial.
Foram trazidos anel, colar, relógio e brincos de diamantes. Porém, as joias acabaram aprendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Elas estavam na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia.
No Instagram, Michelle escreveu: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória.”

Michelle ironiza denúncia de que governo Bolsonaro tentou trazer joias valiosas do exterior para a ela em 2021Reprodução/Redes sociais

Joias doadas a Michelle Bolsonaro foram trazidas ilegalmente ao BrasilReprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta

Joias foram apreendidas pela Receita Federal em São PauloReprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta

Receita não liberou joias trazidas ao Brasil pelo governo BolsonaroReprodução/Twitter do ministro Paulo Pimenta
Conforme informações do Estadão, Bento foi à alfândega quando soube da apreensão das joias e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Um dos argumentos usados pelo então ministro foi de que tratava-se de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.
No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes.

O governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores.
Em uma quarta movimentação para reaver os objetos, realizada a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos. O homem teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Bolsonaro também entrou em campo e chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal, solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.