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Golpistas tinham núcleo de inteligência paralela para monitorar Moraes

O objetivo dos suspeitos, segundo as investigações da PF, era manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder

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exército stf Imagem colorida mostra Alexandre de Moraes, um homem branco, careca, vestindo um terno escuro, camisa branca e gravata escura - Metrópoles
1 de 1 exército stf Imagem colorida mostra Alexandre de Moraes, um homem branco, careca, vestindo um terno escuro, camisa branca e gravata escura - Metrópoles - Foto: Reprodução

Investigados pela Polícia Federal (PF), políticos e militares de alta patente se organizaram em núcleos para tentar, supostamente, dar um golpe de Estado e anular as eleições de 2022. O objetivo, segundo as investigações, era manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. A PF aponta que os bolsonaristas criaram núcleos específicos a fim de operacionalizar as medidas e desacreditar o processo eleitoral. Entre eles, o que tinha a missão de monitorar e prender autoridades, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O inquérito que embasou a operação da PF nesta quinta-feira (8/2), que tem como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entre outros aliados do ex-presidente, detalha que existia o “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”. De acordo com as investigações, este grupo tinha a função de produzir, divulgar e amplificar notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado.

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Os integrantes apontados pelos investigadores seriam: Mauro César Barbosa Cid, Anderson Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnoud Tomaz.

Também havia o “Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado”. A forma de atuação seria a eleição de alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas. “Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a audiência militar”, diz o inquérito.

Os componentes seriam: Walter Souza Braga Netto, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Correa Neto e Mauro César Barbosa Cid.

Já o “Núcleo Jurídico” tinha a função de prestar assessoria na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária
que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado. Os integrantes foram identificados como: Felipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo de oliveira e Silva e Mauro César Barbosa Cid.

O “Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas” teria atuado a partir da coordenação e interlocução de Mauro Cid, então ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília. Os integrantes seriam Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães.

O outro setor seria o “Núcleo de Inteligência Paralela”. Os integrantes teriam feito a coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente Bolsonaro na consumação do golpe de Estado. Além de fazer o monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de Golpe de Estado. Os componentes seriam: Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Camara e Mauro César Barbosa Cid.

 

Conversa comprova que Moraes era monitorado
Conversa comprova que Moraes era monitorado

Por último, tinha o “Núcleo de Oficiais de Alta Patente” com influência e apoio a outros núcleos. Eles faziam uso da alta patente militar
que detinham e teriam agido para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado. Walter Souza Braga Netto, Almir Santos, Mario Fernandes, Estevam Oliveira, Laércio Virgílio e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira integrariam tal grupo.

Operação

Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira (8/2), quatro mandados de prisão e 33 de busca e apreensão contra políticos e militares suspeitos de planejar um suposto golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Os presos são Filipe Martins, ex-assessor especial do Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

Além disso, outros aliados de Bolsonaro foram alvo de mandados de busca e apreensão como o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto; o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno; e os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil) e Anderson Torres (Justiça).

A operação foi batizada de Tempus Veritatis, que traduzido do latim significa Hora da Verdade.

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