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Mudança em escala vai paralisar investigações na PCDF, diz sindicato

Neste período, policiais civis lotados em unidades especializadas serão remanejados para outras delegacias para cobrir plantões

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
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1 de 1 pcdf - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) alerta que as unidades especializadas da PCDF terão as investigações comprometidas ou praticamente paradas durante o mês de fevereiro.

O alerta se deve a uma Ordem de Missão (nº 1/2022), publicada pelo Departamento de Polícia Especializada (DPE), que determina que 144 policiais civis lotados nessas unidades sejam escalados durante o mês de fevereiro para cobrir o plantão nas unidades circunscricionais.

A medida atinge delegacias responsáveis por atuar no combate a crimes de corrupção, tráfico de drogas, desarticulação de organizações criminosas, crimes cibernéticos, de discriminação, contra o patrimônio e outros de alta complexidade.

“Esses policiais locados acabam deixando de fazer investigação nas suas unidades de origem. Não teve contratação de agente de polícia no governo Ibaneis, estamos uma situação crítica. A medida gera prejuízo para todas as delegacias, não só as especializadas”, afirma o presidente do sindicato, Alex Galvão.

Nesse período, não haverá servidores suficientes para atender às demandas da população, uma vez que os policiais decidiram, em assembleia convocada pelo Sinpol-DF, em janeiro deste ano, pela suspensão do Serviço Voluntário Gratificado (SVG) durante o próximo mês.

O SVG foi criado durante o governo Ibaneis para ampliar o atendimento nas unidades da PCDF e garantir que as delegacias permanecessem abertas 24 horas. Segundo o Sinpol-DF, na prática, a suspensão da gratificação “significa que haverá uma paralisação no atendimento das delegacias”.

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Segundo o Sinpol-DF, a solução paliativa tem o objetivo de minimizar os danos ao atendimento nas delegacias em fevereiro.

“A suspensão do SVG em fevereiro foi uma estratégia que os policiais civis adotaram para pressionar o GDF a atender às principais demandas da categoria: a recomposição salarial, a regulamentação da assistência à saúde, a complementação do auxílio-alimentação e o auxílio-uniforme”, informa o sindicato em nota.

Para o presidente do sindicato, quem mais sofrerá com o remanejamento será a população do DF, uma vez que causará prejuízos às investigações e à segurança pública.

“A PCDF enfrenta, há anos, um grave problema no quadro de pessoal: quase 60% dos cargos estão vagos. Esses policiais, naturalmente, já estão trabalhando em sobrecarga, mas, ainda assim, têm mantido os índices de solução de crimes da Polícia Civil entre os maiores do país. O que a categoria busca é a valorização e o reconhecimento desse trabalho”, explica Alex.

 

 

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