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MPDFT investiga policiais que mataram jovem desarmado com tiro pelas costas

Rapaz tinha acabado de completar 18 anos. Os disparos ocorreram no dia 15 fevereiro e o caso também é investigado pela Corregedoria da PCDF

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Jovem morto após ser baleado por agentes da PCDF
1 de 1 Jovem morto após ser baleado por agentes da PCDF - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no Núcleo Bandeirante, entrou na mira do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). No último dia 15 de fevereiro, agentes da Delegacia da Criança e Adolescente I (DCA I), durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, atiraram pelas costas de Carlos Gabriel Teixeira (foto em destaque), 18 anos, que estava desarmado. O jovem chegou a ser socorrido pelos policiais, mas não resistiu ao ferimento e morreu no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).

Os agentes foram à casa de Gabriel por determinação da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do Distrito Federal (VEMSEDF), pois o jovem estaria descumprindo medida socioeducativa imposta por envolvimento com drogas. Ele havia completado 18 anos em janeiro.

Testemunhas que presenciaram a cena contaram à reportagem a dinâmica do caso. “Havia quatro policiais na viatura, três homens e uma mulher. Assim que eles chegaram ao prédio, três subiram até o apartamento e ficaram batendo na porta; o outro ficou na parte debaixo do bloco”, contou a testemunha, que não quis se identificar.

Gabriel teria ignorado os pedidos dos servidores e ainda colocou uma geladeira na porta a fim de impedir o acesso dos policiais. “Depois de um tempo, os policiais conseguiram arrombar a porta, e logo em seguida, o Gabriel pulou da janela do 1° andar. Ele caiu próximo ao policial que estava no térreo e, assim que tentou levantar, levou o primeiro tiro”, narrou a testemunha. 

Ainda de acordo com a pessoa que conversou com o Metrópoles, o jovem infrator, mesmo ferido, ainda tentou correr, mas levou outros dois tiros na coxa direita quando estava de costas, e caiu novamente. “Quando ele caiu no chão, gritou pedindo para não matarem ele. Em seguida, os agentes falaram para ele ir para o camburão, mas ele já estava praticamente desmaiado. Como ele não conseguia andar, os policiais o arrastaram até o carro”. Essa cena foi registrada pela testemunha em vídeo. Assista abaixo:

Veja o vídeo:

Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a morte do rapaz ocorreu por conta de uma” hemorragia aguda decorrente do trauma torácico-pulmonar, causado por disparo de arma de fogo”. A bala disparada entrou pelas costas de Gabriel, perfurou o pulmão e saiu pelo peito.

O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), do MPDFT, confirmou que um inquérito foi aberto, mas não poderia revelar detalhes, pois tramita em segredo de Justiça. A Corregedoria da PCDF também confirmou a investigação interna e, assim como o MP, disse que não poderia se manifestar em função do sigilo do processo.

Familiares

Gabriel foi criado pelo tio Wellington Alves, 48 anos. O comerciante contou que ficou sabendo do ocorrido por meio de vizinhos. “Recebi essa notícia horrível pelos vizinhos. De início, só fiquei sabendo que ele tinha sido baleado, e nem imaginei que ele poderia estar morto. Imaginei que tivesse sido na perna ou algo assim”, destacou.

Além disso, Wellington afirmou que a morte do sobrinho afetou a família inteira .“Ele estava literalmente começando a vida, trabalhando e recentemente me contou super empolgado que estava começando a namorar. Isso além de acabar com a vida dele, acabou com a da nossa família também”, desabafou o familiar.

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