MPDFT denuncia assassinas de Rhuan por homicídio e mais quatro crimes

Mãe do menino e companheira foram acusadas por lesão corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual

Ricardo Taffner
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou Rosana Auri da Silva Candido, mãe de Rhuan Maycon de Silva Castro, e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, sua companheira, por homicídio qualificado, lesão corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual. Elas são autoras confessas do assassinato do menino, de 9 anos. A denúncia foi apresentada nessa terça-feira (18/06/2019).

O crime ocorreu em 31 de maio, em Samambaia. No entendimento do Ministério Público, as denunciadas premeditaram o assassinato. Elas planejaram como executariam e destruiriam o corpo da criança. Na noite do assassinato, a dupla esperou Rhuan dormir para cumprir o plano. Rosana, a mãe, desferiu o primeiro golpe no peito do menino, que acordou com o ataque. Kacyla o segurou para que Rosana desferisse as outras facadas. Por fim, a mãe decepou a cabeça do filho ainda com vida.

Entre as qualificadoras do homicídio apontadas pelo MPDFT estão o motivo torpe, o meio cruel e o recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O primeiro diz respeito ao sentimento de ódio que Rosana nutria em relação à família paterna da criança. Em relação ao segundo, a criança recebeu, ao menos, 11 facadas e foi degolada ainda viva. Por último, Rhuan foi atacado enquanto dormia.

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Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9 anos, foi assassinado pela própria mãe e pela companheira dela: partes do corpo foram achadas pelos policiais ainda na casa da família
Bueiro onde parte do corpo de Rhuan foi jogado, em Samambaia
Após matarem a criança, as duas assassinas esquartejaram o corpo e o colocaram em duas mochilas e uma mala
Depois, tentaram queimar o cadáver em uma churrasqueira
Camisa usada pelo menino na hora do crime
Delegado Guilherme Sousa, responsável pelo caso
Crime foi investigado pela equipe da 26ª DP. As duas mulheres foram presas em casa, logo após cometerem o assassinato
Médico-legista do Instituto de Medicina Legal da PCDF Christopher Diego B. Martins

Após o assassinato, a dupla esquartejou, perfurou os olhos e dissecou a pele do rosto da criança. Elas também tentaram incinerar partes do corpo em uma churrasqueira, com o intuito de destruir o cadáver e dificultar o seu reconhecimento. Como o plano inicial não deu certo, elas colocaram partes em uma mala e duas mochilas. Rosana jogou a mala em um bueiro próximo à residência onde ocorreu o crime. Antes que ocultasse as duas mochilas, moradores da região desconfiaram da atitude da mulher e acionaram a polícia, que prendeu as duas autoras em flagrante, em 1º de junho.

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Apelos por informações que levassem ao menino Rhuan foram postados nas redes sociais
O garoto foi morto pela própria mãe
Rhuan com o pai: dois anos de buscas pelo menino
Tortura e lesão corporal

Desde 18 de dezembro de 2014, Rosana vivia com o filho de maneira clandestina. Rhuan foi retirado à força dos cuidados dos avós paternos e era procurado pela família. Até a sua morte, a criança foi submetida a intenso sofrimento físico e mental como forma de castigo pessoal. Enfrentou desprezo e privações. Foi impedido de manter contato com outras pessoas. Ele também não frequentava a escola.

Um ano antes do assassinato, a dupla extraiu os testículos e o pênis de Rhuan, em casa, de forma rudimentar, sem anestesia ou acompanhamento médico. Por esses crimes, elas foram denunciadas por tortura e lesão corporal gravíssima. (Com informações do MPDFT)

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