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Metrô registrou uma falha a cada seis dias no DF este ano

Nesta sexta-feira (01/11/2019), uma pane geral deixou 160 mil pessoas sem o sistema por três horas

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Falha-no-metro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os usuários do metrô enfrentaram transtornos nesta sexta-feira (01/11/2019). Uma falha geral no sistema fez com que todas as estações ficassem fechadas por três horas. O impacto foi imediato nas paradas de ônibus, que ficaram lotadas, e nas vias, muito congestionadas no começo da manhã. O problema no sistema não é isolado. Este ano, foram 52 falhas registradas pela Companhia do Metropolitano (Metrô-DF), ou um caso a cada seis dias.

O inspetor de Estação do Metrô-DF Victor Mafra explicou que, às 3h30, foi verificada a falha geral no sistema da empresa. “Ocorreu na rede de transmissão de dados. Acionamos a manutenção e a área de TI para que fizessem uma varredura. Eles passaram pelo centro de controle e todas as estações para verificar onde estava o problema. A falha fez com que o centro de controle perdesse a visualização de toda a via”, detalhou.

Por questões de segurança, as estações não abriram às 5h30, como de costume. “Não teria como verificar o posicionamento dos trens e também perdemos a informação se as vias estavam energizadas ou não. Dessa forma, a manutenção verificou em que equipamento era o problema e, por segurança, o Metrô optou por não operar. Entendemos que isso causa transtornos, mas prezamos a segurança em primeiro lugar”, destacou.

Quando o sistema foi restabelecido, por volta das 8h20, a operação foi iniciada. Agora, a equipe de manutenção vai avaliar exatamente o que ocorreu com o equipamento, mas o problema foi solucionado. “Aos usuários que hoje não puderam seguir para o trabalho, utilizando o metrô, nós pedimos desculpa e asseguramos uma volta para casa tranquila”, ressaltou Victor Mafra.

O inspetor informou que, neste ano, até o momento, o Metrô-DF apresentou 52 “incidentes notáveis”. “São falhas que geram atrasos superior a 15 minutos. Contando com a de hoje, foram 52 desta natureza em 2019. Algumas têm motivação interna, outras são ocasionadas por causas externas, como por exemplo um usuário invadir os trilhos. Quando isso ocorre, temos que desenergizar e paramos a circulação. Sempre trabalhamos para a redução do número. Contudo, entendemos que os problemas acontecem e trabalhamos para que ele seja o menor possível”, frisou.

Confira os comunicados do Metrô no Twitter sobre a falha desta sexta:

 

 

Em função da falha desta manhã, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) liberou as faixas exclusivas da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) até as 23h59. As do Setor Policial Sul, W3 Norte e W3 Sul também estão livres para o tráfego de todos os veículos, segundo o Departamento de Trânsito (Detran), somente nesta sexta. A medida é para diminuir os impactos nas vias, que ficaram bastante congestionadas esta manhã.

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Paradas lotadas

Com o fechamento das estações, as paradas de ônibus de diversos pontos da cidade ficaram lotadas. O Metrópoles percorreu regiões como Guará, Águas Claras e Taguatinga e pôde constatar o transtorno. Com a falta de trens circulando, muitos passageiros seguiram para a Estrada Parque Taguatinga (EPTG) a fim de embarcar em coletivos.

A contadora Mirian Rabelo, 26, conta que chegou à Estação Praça do Relógio, em Taguatinga, às 7h30, para seguir até a Asa Sul. “Eles informaram que foi uma falha geral. Como estou um pouco adiantada para o meu compromisso, vou esperar mais um tempo na esperança de que o sistema volte ainda por agora”, disse.

A professora Antônia Rejane Bezerra Rodrigues, 41, seguiria da Estação Praça do Relógio até Ceilândia Sul. “Um caos, né? Agora, terei que pegar um transporte por aplicativo. O percurso que eu levaria de 5 a 10 minutos, deve durar no mínimo meia hora. Vou ter de gastar R$ 18,55, por uma viagem que pagaria R$ 5, se eu fosse de metrô. Ruim demais essa situação. Prejudica quem necessita do transporte público”, reclamou.

No centro de Taguatinga, muita gente estava aguardando por ônibus. A maioria dos coletivos já vem lotada de outras regiões. “Passaram três aqui pela parada que eu conseguiria pegar, mas não tinha como entrar”, lamentou o eletricista Aluísio Mendes, 47, que precisava chegar ao Cruzeiro às 8h30. “Eu nem usaria o Metrô. Só o ônibus mesmo. O jeito é esperar. Não tem o que fazer. Eu já avisei ao meu cliente que não vou conseguir começar o serviço no horário combinado.”

A manicure Josefa Aguiar, 50, também aguardava na parada desde as 8h. “Tentei pegar o trem até a rodoviária, mas dei de cara com a porta. Agora, estou atrasada. Vai ser uma sexta-feira daquelas”, disse.

A dona de casa Linda Maria Gonçalves, 50, conseguiu embarcar no metrô às 8h30, na Estação Guará, e desceu em Taguatinga. “Vim cuidar da minha neta para a minha filha poder ir trabalhar. Esperei mais de uma hora sentada, mas deu tudo certo. O trem estava lotado. Esperamos que esteja tudo normalizado e não ocorra mais transtornos ao longo do dia.”

Queixas

Moradora de Águas Claras, a bancária Normélia Santos, 57, que trabalha na Asa Sul, chegou às 6h10 à Estação Concessionárias e encontrou os portões fechados. “Estou pensando no que fazer, porque a única alternativa é andar até a Estrada Parque Taguatinga (EPTG) para pegar um ônibus, mas tem o trânsito também.” De acordo com a usuária do metrô, o mesmo transtorno ocorreu há uma semana. “Isso aconteceu na semana passada também, quando estava voltando para casa”, afirmou. Ela ainda reclamou da tarifa: “Muito cara e o sistema não funciona”.

O porteiro Edivaldo Gomes, 43, mora em Samambaia e trabalha em Águas Claras. Ele saiu do trabalho por volta das 6h25 e retornaria para casa. “É chato, estou cansado, doido para chegar em casa e eles não têm previsão. Não vi isso acontecer outras vezes, sempre quando eu saio nesse horário está funcionando direitinho”, assinalou.

(Com colaboração de Thaís Paranhos)

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