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Melhor idade: apaixonadas por vôlei, idosas dão baile em novinhos

Todos os sábados, Virvaldina Zardo, 73 anos, e Lúcia Campos, 77, encontram-se para jogar vôlei no parque

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Igo Estrela/Metrópoles
Dina Zardo de 73 anos joga vôlei no Parque de Águas Claras
1 de 1 Dina Zardo de 73 anos joga vôlei no Parque de Águas Claras - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Mesmo com médicos recomendando atividades mais tranquilas, como dança e hidroginástica, Virvaldina Zardo, 71 anos, e Lúcia Campos, 77, ousaram praticar algo mais radical para a idades delas. Há anos, a rotina das duas envolve saque, ataque, bloqueio, defesa e treinos na quadra de vôlei do parque de Águas Claras.

As duas curtem o espaço com um time feminino de vôlei que se encontra aos sábados.

A história de Virvaldina com o esporte é antiga. A funcionária pública aposentada conheceu a quadra de vôlei nos tempos de escola.

Incentivada pelos familiares a continuar na modalidade, ela foi encaixando o esporte à rotina. “Eu me apaixonei pelo esporte. Durante a minha vida, fiquei parada alguns anos e muito ativa em outros, mas sempre estive envolvida com a atividade física”, contou.

Veja imagens de Virvaldina em ação:

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Agora, aos 71 anos, a aposentada revela que a rotina de treino é mais leve, mas também continua praticando aula funcional on-line para manter o condicionamento físico e alongamento. Virvaldina enxerga o esporte com menos cobrança e mais descontração.

“Estou lá todos os sábados nesse projeto maravilhoso de vôlei no parque. É uma partida sem cobrança, apenas para desenvolver o corpo e trabalhar a mente, e isso me traz todos os benefícios possíveis. Faço amigas e me mantenho ativa”, comemora Virvaldina.

Há cinco anos, a mulher foi proibida de jogar por um médico, após colocar oito parafusos na coluna ao sofrer um acidente. Mesmo assim, Virvaldina não teve coragem de abandonar as quadras. “É o meu lugar, e eu me sinto bem jogando”, contou.

Lúcia Godinho, 77, também acorda cedo aos sábados para jogar vôlei. A dona de casa contou ao Metrópoles que começou mais tarde no esporte, aos 40. Com incentivo das irmãs e das filhas, Lúcia participou de torneios em Brasília e em outras unidades da Federação e diz que o vôlei faz parte de nova etapa da vida.

“Comecei a jogar com a minha filha caçula, que me apresentou ao time de Águas Claras. E, hoje, com 77 anos, me sinto renovada e pronta para viver mais três décadas praticando esporte. É uma nova fase”, celebra Lúcia.

Benefícios

De acordo com a professora de educação física da Universidade de Brasília (UnB) Marisete Peralta Safons, 60, idosos que estão habituados com atividades esportivas específicas conseguem praticar sem se lesionar. “A pratica esportiva exige uma determinada performance que as pessoas precisam ter antecedentes para começar a praticar. Então, talvez, um idoso que queira praticar o esporte pela primeira vez tenha problemas com a atividade. Pode haver lesão ou fadiga em excesso”, alertou.

Mesmo assim, a professora explica que as atividades indicadas para a terceira idade são as que desenvolvem a força muscular e o equilíbrio. “Essa é uma recomendação geral, mas é claro que, se a pessoa joga um determinado esporte há muitos anos, é mais fácil para ela continuar desenvolvendo essa capacidade na terceira idade”, destacou.

Vôlei no parque

O time feminino de vôlei no parque de Águas Claras faz parte do Projeto Zoe, criado em 2015. Atualmente o Zoe atua com quatro modalidades: vôlei de quadra, vôlei de areia, handebol e queimada, cada modalidade com uma coordenadora e em locais diferentes.

O vôlei de quadra é gratuito e ocorre no Parque de Águas Claras aos sábados. Aos domingos, é a vez do time de vôlei de areia. Todas as mulheres acima de 18 anos podem jogar, mas, segundo a coordenadora, Luciana Leal, o projeto é voltado para mulheres mais velhas. “Acreditamos que os mais jovens têm mais chances de encontrar outros locais para a prática esportiva e que acabavam tirando um pouquinho a oportunidade das outras mulheres com mais idade”, explica Luciana, professora de educação física.

O projeto é idealizado para mulheres trabalhadoras, donas de casa, mães e profissionais que precisam de um espaço de entretenimento e pratica esportiva. “No Zoe, não damos aula, mas, por eu ser professora de educação física, sempre estou dando algumas dicas para as meninas, passando alguns fundamentos, e as que sabem mais também ajudam. O projeto é para diversão”, ressaltou.

Nas quadras do parque de Águas Claras, os times de sessentonas jogam tanto no sábado quanto no domingo.

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