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Medo. “Motorista sai de casa e não sabe se volta”, diz sindicato

Insegurança envolvendo transporte por aplicativo voltou à tona com a morte de dois trabalhadores em 48h

atualizado

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1 de 1 morotista de app - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

A insegurança envolvendo os aplicativos de transporte voltou à tona neste fim de semana com a morte de dois motoristas entre sexta-feira (11/10/2019) e domingo (13/10/2019). “O trabalhador sai de casa e não sabe se volta”, resumiu o presidente do Sindicato dos Motoristas Por Aplicativo do Distrito Federal (Sindmaap-DF), Marcelo Rodrigues Chaves.

O sindicalista cobra melhorias no sistema. “Os aplicativos poderiam pedir, além de documento com foto, uma selfie para o passageiro antes dele abrir a conta”, sugeriu. 

Enquanto aguardam pelo aperfeiçoamento do serviço, os trabalhadores redobram cuidados: “Principalmente não rodando em áreas de risco e analisando o passageiro quando chega onde foi solicitado. Estamos sempre com o pé atrás”.

O Sindmaap-DF planeja, para esta semana, uma manifestação em formato de carreata contra a insegurança.

Violência

Dois motoristas de aplicativo morreram no Distrito Federal neste fim de semana. O corpo de Henrique Fabiano Dias Coelho (foto em destaque) foi encontrado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) na madrugada deste domingo (13/10/2019) e o de Tiego Cavalcante na sexta-feira (11/10/2019), em Samambaia.

Há sinais de que Henrique tenha sido esganado. Um taxista o viu caído no Setor de Cargas, nas proximidades da Cidade do Automóvel, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. O Corpo de Bombeiros foi ao local e verificou que a vítima estava sem vida.

A família dele chegou a registrar ocorrência por desaparecimento. Segundo uma tia de Henrique contou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o último contato do sobrinho aconteceu por volta da 0h10, quando informou à namorada que iria pegar um passageiro em posto de combustível na entrada do Núcleo Bandeirante.

A polícia orientou a família a comparecer ao Instituto de Medicina Legal (IML), onde confirmou que o corpo encontrado era dele. O carro de Henrique, um Hyundai HB20 branco, foi encontrado no Guará na noite deste domingo com cinco adolescentes, que acabaram apreendidos.

Henrique trabalhava na Caixa Econômica Federal (CEF) como terceirizado, ainda de acordo com o relato da tia, e durante a noite e aos fins de semana atuava como motorista de aplicativo.

Samamabaia

A Polícia Civil investiga a morte de outro homem. Tiego Cavalcante, 28 anos, foi assassinado na Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Samambaia na noite de sexta-feira (11/10/2019). Ele também trabalhava com aplicativo de transporte.

Amigo de Tiego, o barbeiro Jonathan Gonçalves, 28, disse que o motorista era “uma pessoa maravilhosa”. “Ajudava os outros e gostava muito de trabalhar”, contou. Tiego trancou a faculdade de direito e se dedicava ao trabalho com os aplicativos e às artes marciais, treinando krav magá e jiu-jitsu.

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