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Manifestantes ocupam reitoria, fecham ICC e entram em confronto com PM

De acordo com alunos, manifestantes controlavam e impediam a entrada de brancos no local. Diretório Negro diz não ter participado da ação

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Pessoa presa na Esplanada
1 de 1 Pessoa presa na Esplanada - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Paralelo à manifestação na Esplanada dos Ministérios, um grupo de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) decidiu montar barricadas e impedir a entrada e saída de alunos no Instituto Central de Ciências (ICC). O ato, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (26/4), teria sido uma forma de protesto contra a pior crise da história da instituição .

Mas a ação acabou em agressão e insultos e atrapalhou a vida de quem tentou frequentar a universidade nesta manhã. O graduando de direito Bruno Henrique de Moura, 21 anos, foi um dos prejudicados. Ele conta que “apenas negros eram autorizados a passar pela barricada”.

Segundo Bruno, membros ligados ao movimento negro da instituição seriam os responsáveis pela organização dos piquetes. Eles negam. Em fotos publicadas e vídeos cedidos ao Metrópoles (veja abaixo), é possível observar alguns estudantes mais exaltados vestindo máscaras e empunhando barras de ferro. Um aluno de agronomia foi agredido ao tentar derrubar a barreira.

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Revoltado, o estudante de engenharia Renato Lucas, 25 anos, também diz ter sido impedido de entrar, e chegou a ser ameaçado. “Eles não podem cercear o nosso direito de ir e vir. Me chamaram de ‘branco fascista’ e disseram que eu não poderia passar por lá”.

Procurada pela reportagem, a universidade confirmou as ações e explicou que “se tratavam de piquetes de greve”. Apesar da confusão, “as atividades letivas não foram afetadas”, ressaltou a instituição.

Já o Diretório Negro – Quilombo UnB disse que “as barricadas foram organizadas por estudantes e trabalhadores independentes da universidade em greve, principalmente pelo movimento Ocupa UnB”. “Não houve nenhuma reunião ou assembleia organizada pelo Diretório para decidir qualquer ação do tipo”, afirmou.

 

Na Esplanada dos Ministérios, o clima também foi tenso na manhã desta quinta. Estudantes fizeram nova manifestação na Esplanada dos Ministérios. Com faixas e cartazes, eles fecharam a S1, sentido Congresso Nacional, mais cedo. Depois, a N1, e foram em direção ao prédio do Ministério da Educação (MEC). Logo em seguida, a PM usou bombas de efeito moral para dispersá-los.

Para evitar novo quebra-quebra no prédio do MEC, como o ocorrido no dia 12 de abril, a PM levou a cavalaria e o choque para a Esplanada e cercou o edifício. Quando os estudantes se aproximaram, foram impedidos pelos policiais. Segundo a corporação, quatro pessoas foram detidas por desacato, incitação à violência e desobediência. Elas foram encaminhadas à 5ª Delegacia de Polícia (área central), assim como uma testemunha.

Alguns manifestantes – eram cerca de 40 no total, segundo a PM – usavam máscaras e escudos de madeira. De acordo com a corporação, os manifestantes fizeram uma barreira e teriam partido para o confronto dom os militares.

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Depois da ação da Polícia Militar, eles correram em direção ao Teatro Nacional e à L2 Norte, na pista que sobe sentido Esplanada. A via também foi obstruída, mas os militares continuam no local, tentando liberar o trânsito. Por volta das 13h, a pista foi liberada.

Em seguida, alguns manifestantes que participaram do ato retornaram para a UnB. Em entrevista ao Metrópoles, alunos que estão na ocupação da reitoria repudiaram a violência com a qual, segundo eles, a Polícia Militar agiu para reprimir o protesto realizado nesta quinta-feira (26), em frente ao Ministério da Educação.

A ocupação, que teve início em 12 de abril, segue por tempo indeterminado. De acordo com a administração da instituição, a atitude vem gerando transtorno e atrapalhando as rotinas da universidade, caso por exemplo do fechamento da folha de pagamento de funcionários.

Pelo menos por enquanto, a direção diz adotar o caminho do diálogo, para tentar convencer os estudantes a deixarem o local.

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