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Maníaco: família de mulher assassinada em 2012 quer reabertura do caso

Parentes acreditam que desaparecimento e morte de Marília de Lurdes Ferreira tenha relação com Marinésio Olinto, assassino preso no domingo

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
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1 de 1 Marília8 - Foto: Material cedido ao Metrópoles

As recentes denúncias apresentadas contra o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, e a prisão do assassino confesso de Letícia Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47, reacenderam a esperança da família da auxiliar de serviços gerais Marília de Lurdes Ferreira (foto em destaque) em encontrar um culpado pelo assassinato da mulher, na época com 41 anos. Desaparecida em agosto de 2012, ela foi achada morta um mês depois, na linha férrea dos arredores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

De acordo com a irmã da vítima, Marcia Maria Ferreira, 37, Marília desapareceu após deixar o local de trabalho, no Setor de Grandes Área Sul, em direção à parada de ônibus para pegar um transporte até agência da Caixa Econômica Federal, mas nunca chegou ao destino. A família acredita que ela tenha sido sequestrada por um motorista de transporte pirata.

Segundo Marcia, a maneira como se deu o desaparecimento, o modus operandi adotado pelo cozinheiro para atrair suas vítimas e a forma como a irmã foi encontrada morta um mês depois sugerem uma conexão entre Marinésio e a morte de Marília.

“Quando nós soubemos da prisão e vimos a forma de abordagem, passamos a acreditar numa relação. Apesar do laudo ter dado inconclusivo na época, devido ao avançado estado de decomposição no qual ela foi encontrada, ela estava de barriga para cima, e o policial civil que investigava o caso disse que ela, provavelmente, havia sido estrangulada”, explica.

A irmã conta que a família chegou a registrar boletim de ocorrência na época, mas a ocorrência foi arquivada sem que a autoria do crime fosse descoberta. A prisão recente do suspeito, no entanto, reacendeu a esperança dos parentes de poderem, enfim, “descansar”.

“Senti uma angústia quando eu o vi na televisão. Tem sete anos que nós a enterramos e, com ela, o caso. Não havia um culpado. Com a prisão dele, nós assemelhamos e nos deu uma esperança de que a gente, enfim, encontre um culpado. Acredito que Marília possa ter sido uma vítima dele. Queremos que o inquérito, agora, seja reaberto e investigado.”

Marcia relata que, após o desaparecimento, um homem usou o cartão transporte utilizado pela vítima para ir e voltar do trabalho. Ela diz ter entregue à Polícia Civil o extrato do vale para rastreio do suspeito, mas isso não ocorreu.

Marília morreu aos 41 anos, e deixou três filhos e dois netos. Procurada pela reportagem, a PCDF não informou se o caso será reaberto.

O acusado

Marinésio morava com a esposa e a filha em uma casa humilde no Vale do Amanhecer. Tinha uma vida acima de qualquer suspeita. O homem de 1,60 m de altura é considerado calmo. “Vivi com ele muitos anos [19, no total] e não sabia de nada. Era um bom marido e bom pai. Nunca agrediu minha filha. Estamos arrasadas”, disse a companheira do maníaco.

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Após ser preso, o cozinheiro confessou ter matado duas mulheres e afirmou que pagará pelos crimes. “Só peço desculpas a todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”, disse Marinésio, detido desde a madrugada de domingo (25/08/2019) pelo assassinato de Letícia. Ele também admitiu ser autor da morte da auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47, morta em junho.

As declarações foram dadas na segunda-feira (26/08/2019), na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), região administrativa onde Letícia morava com o marido e o filho, de apenas 3 anos.

O cozinheiro agia sempre com o mesmo modus operandi: as vítimas eram abordadas em paradas de ônibus ou em rodoviárias pelo suspeito, que se passava por loteiro (motorista de lotação).

O homem usava sua Blazer prata, placa JFZ 3420-DF, nos crimes. O carro passou por análise minuciosa do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Os peritos buscam principalmente material genético das vítimas no veículo. Fios de cabelos e sangue, caso sejam encontrados, podem ser confrontados com o DNA das pessoas que acusam o maníaco de crimes.

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