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Mãe de jovem morto após BMW furar blitz: “Que o PM perca sua farda”

Família de Islan da Cruz, morto com um tiro na cabeça enquanto estava no banco do passageiro de uma BMW em fuga de uma blitz, pede justiça

atualizado

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Arquivo Pessoal
Islan Nogueira, jovem morto em blitz da PMDF. Jovem faz símbolo de paz com as mãos. Rapaz usa boné preto e casaco camuflado - Metrópoles
1 de 1 Islan Nogueira, jovem morto em blitz da PMDF. Jovem faz símbolo de paz com as mãos. Rapaz usa boné preto e casaco camuflado - Metrópoles - Foto: Arquivo Pessoal

Revoltada, a mãe do rapaz morto por policiais militares durante a perseguição a uma BMW em fuga de uma blitz espera que o autor do disparo fatal perca a farda. A cabeleireira Marineide Florinda da Cruz, de 40 anos, é mãe de Islan da Cruz Nogueira (foto em destaque), 24. Segundo a tia do jovem, Mari Luiza da Cruz, 42, a mãe do rapaz está com o coração destroçado e deseja justiça.

“Ela disse que não deseja que nenhuma mãe passe pelo o que ela está passando e quer que o PM perca a sua farda para que outras mães não passem por isso”, contou Mari da Cruz.

Islan estava no banco do passageiro de uma BMW que furou uma blitz e acabou baleado por PMs, na noite de sábado (28/10). Segundo a tia de Islan, o jovem morreu baleado na cabeça, durante uma perseguição no Eixo Monumental. “Os tiros não foram direcionados ao pneu [do carro] , o que seria o correto. Eles [os policiais] teriam de ter sabedoria para atirar e não matar, não tirar uma vida”, completou.

Motorista

Islan morreu depois de o motorista do carro em que ele estava, o empresário e engenheiro Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, 41, fugir de uma blitz. Além disso, estava alcoolizado e atropelou um dos PMs da operação de trânsito. O militar passa bem.

Após furar o bloqueio, os policiais atiraram contra o automóvel, inclusive o PM atropelado, que disparou enquanto ainda no chão. Os tiros, porém, acertaram Islan, que morreu sem chegar ao hospital, enquanto Raimundo fugia.

Islan tinha dois empregos. Ele trabalhava durante o dia em um grande supermercado de São Sebastião, onde morava, e à noite trabalhava em uma pizzaria nos Jardins Mangueiral. A pizzaria pertencia à família de Raimundo Cleofás. Assim como Islan, o empresário também era morador da região administrativa.

Fontes da área de segurança pública informaram ao Metrópoles que a BMW tinha 15 multas em aberto registradas no Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF). Os débitos somavam R$ 2 mil, mas o automóvel não está em nome de Raimundo.

Afastamento das funções

Oito policiais militares envolvidos na morte de Islan foram afastados das funções. Chefe do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) da PMDF, o coronel Edvã Sousa afirma que a medida faz parte do rito processual da investigação.

Os militares vão passar por avaliação psicológica dentro da corporação, e os exames dirão se eles têm condições de voltar às ruas.

O coronel acrescentou que os policiais atiraram contra o veículo depois de Raimundo desobedecer à ordem de parada. Os que dispararam se tornaram alvo de Inquérito Policial Militar, para apuração das circunstâncias do ocorrido, e tiveram as armas apreendidas.

“Com o laudo técnico, vamos dizer se eles vão voltar [para as ruas] ou seguirão para a parte administrativa. [da PMDF]. Hoje, eles estão afastados não porque são investigados, mas pelo processo. Esse é o rito estabelecido para apurações assim”, afirmou Edvã Sousa.

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