metropoles.com

Lockdown: DPU entra com ação para fechar escolas, academias e igrejas

Segundo o órgão, rede de saúde corre risco de colapso, diante da pandemia, e medidas restritivas precisam ser reforçadas no DF urgentemente

atualizado

Compartilhar notícia

Myke Sena/Especial Metrópoles
Em memória a padroeira dos endividados, fiéis do DF lotam igreja
1 de 1 Em memória a padroeira dos endividados, fiéis do DF lotam igreja - Foto: Myke Sena/Especial Metrópoles

A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com ação civil pública solicitando o endurecimento e a ampliação do lockdown no Distrito Federal. Diante da ameaça de colapso da saúde durante a pandemia do novo coronavírus, o órgão de defesa da população quer o fechamento de escolas, academias, igrejas (foto em destaque) e outros segmentos ainda autorizados a funcionar apesar da medida restritiva em vigor.

A ação foi ajuizada na quarta-feira (10/3) e é assinada pelo defensor Regional de Direitos Humanos da DPU no DF, Alexandre Cabral, e pelo defensor público federal Alexandre Mendes Lima de Oliveira. Na avaliação da DPU, desde 2020, o DF enfrenta uma situação de “desastre”. E não houve resposta efetiva por parte das autoridades.

“Nada mudou, senão piorou, sendo imperioso que a Administração Pública (GDF e União, réus nesta demanda) de um lado acelere a vacinação e auxilie a unidade federativa com os recursos federais possíveis e, de outro, de forma amarga mas necessária, amplie as restrições às aglomerações e ao tráfego de pessoas de imediato”, sustenta a DPU na ação.

Urgência

Para a entidade, a situação da pandemia é preocupante e tende a se agravar. ” Os números mudam a cada hora, mas vêm piorando em todas as médias, seja a de mortes, seja a de nº de novos casos – demonstrando a ACELERAÇÃO da pandemia, não o seu controle, muito menos diminuição”, pontuou a DPU.

A peça também argumenta que a rede de saúde não está conseguindo atender a demanda da população na mesma velocidade da aceleração da Covid-19. Por isso, a ampliação do lockdown é urgente neste momento, segundo a Defensoria Pública da União.

“A urgência é dada pelo número de vidas em jogo, já passando das centenas sem atendimento, podendo chegar aos milhares colocados desnecessariamente sob risco de morrer ou com risco à vida, isso sem falar no crescimento de infectados ainda que recuperados, mas sofrendo de sequelas de uma patologia que tem desdobramentos por vezes severos e ainda não de todo conhecidos pela ciência”, concluiu.

Veja a ação completa:

DPU – Lockdown no DF by Metropoles on Scribd


DPU defende o fechamento destas atividades: 

1. Instituições de ensino particulares (colégios, escolas, faculdades e afins), bem como seja determinada a não abertura das escolas e instituições públicas de ensino;

2. Templos, igrejas e locais de culto – considerados incidentalmente inconstitucionais quaisquer normativos que impeçam a medida;

3. Academias;

4. Zoológico, parques ecológicos, recreativos, urbanos, vivenciais e afins;

5. Escritórios e profissionais autônomos, a exemplo de: a) advocacia; b) contabilidade; c) engenharia; d) arquitetura; e) imobiliárias, que devem seguir em trabalho remoto/home office;

6. Atividades administrativas do Sistema S que devem seguir em trabalho remoto/home office;

7. Toda a cadeia do segmento de construção civil, excetuados os que estejam em curso de reformas e manutenção de serviços tidos por essenciais e sem restrição ante a pandemia, a exemplo de obras em hospitais, clínicas particulares, órgãos de segurança e similares.

Segundo a ação, as medidas restritivas devem ser mantidas até a comprovação de duas mudanças de cenário da pandemia no DF. Para a DPU, a ocupação dos leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) adultos e pediátricos precisa ficar abaixo ou igual a 70%. Além disso, é necessária a redução contínua de novos casos e mortes em virtude da Covid-19 por ao menos duas semanas.

Cumpridas as duas exigências, a retomada das atividades deve ser gradual. No caso do transporte público, a ação determina o reforço as medidas para que os passageiros mantenham todos metro em meio de distância e que não ocorra superlotação dos coletivos e Metrô. Os passageiros devem viajar apenas sentados.

Teletrabalho

A ação também faz recomendações para a União. A Defensoria sugere ao governo federal a adoção do teletrabalho nas autarquias, fundações, empresas estatais e agências reguladoras em Brasília. “Mantendo em trabalho presencial nas unidades localizadas no DF não essenciais no máximo 30 % (trinta por cento) da força original de trabalho”, acrescentou.

Caso a ação civil pública seja acolhida pela Justiça, a multa pelo descumprimento será de R$ 1 milhão.

Outro lado

Segundo o GDF, todas as medidas tomadas para o combate ao coronavírus são baseadas em avaliações de especialistas, critérios científicos e dados técnicos. Nesta quinta-feira (11/3), o governo local inclusive publicou nota descartando o reforço do lockdown. Neste momento, não há previsão de fechamento total no DF.

“A situação é monitorada pelo governo todos os dias, em tempo real. Conforme diz o comunicado oficial do governo, até o momento, não há definição de novas restrições. Quaisquer alterações nos protocolos vigentes serão publicadas no Diário Oficial”, argumentou o Governo do Distrito Federal, em nota.

O Metrópoles também entrou em contato com a Advocacia-Geral da União (AGU). O órgão preferiu não comentar o caso. “A AGU não comenta processos em tramitação judicial”, respondeu em nota.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?