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Justiça mantém preso homem que jogou mulher do 3º andar de prédio

Para juiz, devido à suspeita de distúrbios psiquiátricos, Jonas Zandoná deve ser mantido preso, mas isolado dos demais detentos

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Feminicídio na 415 Sul
1 de 1 Feminicídio na 415 Sul - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Autuado por feminicídio, homicídio triplamente qualificado por motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima, Jonas Zandoná, 44 anos, ficará preso. O homem é acusado de jogar a companheira do terceiro andar de um prédio residencial na 415 Sul, na noite dessa segunda-feira (6/8). Em audiência de custódia nesta terça-feira (7), a prisão em flagrante dele foi transformada em preventiva.

Segundo as investigações, o homem teria jogado Carla Grazielle Rodrigues Zandoná, 37, pela janela e permanecido dentro da residência como se nada tivesse ocorrido. Durante a audiência de custódia, o juiz Aragonê Nunes Fernandes disse que esse fato grave somado ao histórico de agressões e ameaças contra a companheira justificam a preventiva. Ainda determinou que o preso seja mantido separado dos demais detentos.

Conforme o magistrado, Jonas tem ocorrências policiais registradas contra ele nos anos de 2015, 2016 e 2017. “Todo esse cenário evidencia uma escalada criminosa, que resultou na triste morte da vítima. Destaco que o fato de o autuado ter aparentes distúrbios de ordem psiquiátrica/psicológica não o autoriza a praticar crimes”, ressaltou Aragonê.

Para o magistrado, a prisão é necessária para manter a ordem pública, frear a “senda delitiva” do acusado, bem como preservar a instrução criminal, “ante o risco concreto de intimidação de testemunhas”.

No dia do crime, Carla ainda chegou a ser socorrida. No entanto, teve uma parada cardíaca e morreu por volta de 19h35. A vítima já havia denunciado o companheiro por agressão duas vezes. A última, em 2016, na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).

De acordo com o delegado da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), João de Ataliba Neto, a mulher tinha marcas de lesão no braço esquerdo. “Não sabemos se é recente. Teremos que esperar o laudo cadavérico e do local para saber o que ocorreu”, disse. Uma testemunha relatou que as brigas entre o casal eram constantes.

Segundo o delegado, uma testemunha viu o momento em que a vítima caiu. A pessoa teria interfonado no apartamento. Jonas atendeu, respondeu apenas “pronto” e desligou. Quando a polícia chegou ao prédio, o acusado afirmou que estava dormindo e não se lembrar de nada. O casal morava com um idoso de 78 anos, que seria dono do imóvel. Eles residiam há uma década no imóvel. A relação entre os três ainda não foi explicada.

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Quando os policiais chegaram para atender a ocorrência, a porta do apartamento teve de ser arrombada. Jonas estava dentro do imóvel. “Ele toma remédio para esquizofrenia e falava frases desconexas no momento da prisão. Também apresentava sintomas de embriaguez”, contou o sargento da PM Sérgio Pereira ao Metrópoles.

Outros dois casos
O episódio ocorre um dia após outra barbárie chocar o Distrito Federal. Na noite de domingo (5), o taxista Edilson Januário de Souto, 61 anos, executou a tiros a esposa, Marília Jane de Sousa Silva, 58, após uma discussão do casal. O crime ocorreu na Quadra 405 do Recanto das Emas. Edilson está foragido.

Nesta terça-feira (7), um outro feminicídio, desta vez seguido de suicídio. No Riacho Fundo II, o segundo sargento da Polícia Militar do DF Epaminondas Silva Santos, 51, lotado no 8º Batalhão (Ceilândia), assassinou a companheira, Adriana Castro Rosa Santos, 40, por volta das 10h. O crime ocorreu na frente dos dois filhos do casal, que estava em processo de separação, segundo pessoas próximas.

 

 

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