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Testemunhas de acusação depõem em caso de maus-tratos do colégio Ipê

Nova audiência foi marcada para ouvir testemunhas de defesa. Juiz ainda demorará para proferir a sentença

atualizado

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TJDFT/Divulgação
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1 de 1 forum de taguatinga - Foto: TJDFT/Divulgação

Testemunhas de acusação foram ouvidas, nesta segunda-feira (30/5), na primeira audiência de instrução das três professoras acusadas de maus-tratos que trabalhavam no Colégio Ipê, em Águas Claras. O caso veio à tona em julho do ano passado, quando mais de 20 vídeos foram gravados mostrando as funcionárias durante o trabalho maltratando crianças de 3 a 5 anos. Elas são acusadas ainda de submeterem os alunos a constrangimento e vexame.

Foram 13 testemunhas de acusação a falarem nesta segunda. Uma nova audiência para ouvir as testemunhas de defesa — e, se o tempo for suficiente, as professoras — foi marcada para 15 de setembro.

O processo será longo. Depois de terminadas as audiências, o Ministério Público e as acusadas têm 10 dias úteis cada para as alegações finais. Depois disso, o juiz estudará o caso e só então proferirá a sentença.

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“Esse tempo é importante para que tudo seja bem esclarecido, não pode ser nada feito na pressa e no clamor popular”, disse o advogado Matheus Bandeira Coelho, que defende as professoras. Já para Andréa Vani de França, mãe de um dos alunos que teria sido maltratado pelas acusadas, tanta demora só gera angústia. “Estamos decepcionados e sem confiança em uma punição severa”, declarou.

O Colégio Ipê Centro Educacional, procurado pela reportagem do Metrópoles, declarou que não iria comentar o caso já que neste processo o local não é acusado. “Não vamos nos manifestar porque essa ação é apenas contra as professoras, o nosso caso ainda não tem audiência marcada”, afirmou o advogado da instituição de ensino.

Entenda o caso
No vídeo que circulou pelas redes sociais, as professoras debochavam de um garoto de 3 anos que teria feito xixi na roupa e ameaçando deixá-lo nu ou só de cueca “para aprender”. O menino diz “não” repetidas vezes e chora ao fundo. “Olha ali a cueca dele toda molhada. Eco. Olha gente. Vai andar de cueca para nunca mais fazer xixi na roupa”, disse uma das professoras.

Uma das educadoras orienta a outra a pegar o papel e entregar para a criança para que ela limpe o local. “Cria vergonha, olha o seu tamanhozão. Anda, vai pegar papel para você limpar isso daí, não é a tia que vai limpar isso aí, não.”  As professoras ainda reclamam que mães têm enviado bilhete reclamando que os alunos têm chegado em casa com roupas sujas de xixi. “Aí, cheio de xixi para os seus colegas verem. Olha o fedorzão de xixi, que feio.”

Andrea Vani conta ainda que seu filho, à época com três anos, era criticado por ter deficiência auditiva. Segundo ela, professoras estouravam balões e gritavam com a criança que, até hoje, estaria traumatizada.

Com informações do MPDFT

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