Negado HC a servidor suspeito de favorecer empresa em troca de viagem
Daniel Veras de Melo é acusado de direcionar licitações na Secretaria de Saúde em troca de recebimento de propina
atualizado
Compartilhar notícia
Preso na terceira fase da Operação Checkout, no último dia 26, Daniel Veras de Melo teve pedido de liminar em habeas corpus negado pela Justiça. Ele é acusado de direcionar licitações em troca de recebimento de propina, quando era gerente de Hotelaria da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), em 2014. Daniel também é ex-subsecretário de Atenção à Saúde.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ele teria viajado para Orlando (EUA), “capital” dos parques temáticos, com gastos pagos pela empresa Hospimetal.
Daniel e mais duas pessoas integrantes da secretaria foram denunciadas pelo MPDFT em 18 de março. De acordo com o MPDFT, eles fraudaram e frustraram o caráter competitivo do procedimento licitatório voltado à aquisição de leitos hospitalares, com o intuito de obterem vantagem.
Também teriam praticado uma série de atos administrativos voltados a favorecer a empresa Hospimetal, que acabou contratada. Todos respondem por peculato, fraude a licitação, falsidade ideológica e corrupção passiva.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) negou a liminar em habeas corpus a Daniel, alegando haver indícios da predisposição dele em ocultar provas e embaraçar as investigações. Na decisão, o relator confirmou os motivos que levaram à determinação da prisão preventiva, como “a gravidade concreta das condutas, o risco de reiteração delitiva e os fortes indícios de ocultação dos procedimentos administrativos que sabia serem objeto da busca”.
A primeira fase da Operação Checkout, deflagrada em junho de 2018, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Ministério Público investigou servidores da SES-DF e funcionários de empresas privadas envolvidos na possível fraude à licitação e corrupção na compra de macas, leitos de hospitais e outros tipos de mobiliários para unidades da rede pública.
A segunda fase, deflagrada em fevereiro de 2019, cumpriu diligências no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), no Guará e na cidade de São Caetano do Sul (SP), numa empresa de turismo.
O Metrópoles não conseguiu contato com a Hospimetal nem com a defesa de Daniel Veras. (Com informações do MPDFT)