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Cocaína no avião da FAB: Justiça mantém militares presos

O grupo teria ajudado o sargento da Aeronáutica Manoel Rodrigues a traficar a droga no avião usado em apoio à Presidência da República

atualizado

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Militar da FAB
1 de 1 Militar da FAB - Foto: Reprodução

Em audiência de custódia realizada na Justiça Militar, magistrados decidiram manter a prisão preventiva das quatro pessoas que estariam envolvidas no tráfico de 37 kg de cocaína achados em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em junho de 2019, na Espanha.

O grupo teria ajudado o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues (foto em destaque) a traficar a droga. O avião usado em apoio à Presidência da República saiu do Brasil e pousou na Espanha, em 2019.  Permanecerão presos outros três militares, além da esposa de Manoel. São eles: o tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan; o 2º sargento Márcio Gonçalves de Almeida; o 2º sargento Jorge Luis da Cruz Silva; além de Wikelaine Nonato Rodrigues.

O grupo permanecerá preso até o julgamento, caso algum pedido de habeas corpus não seja deferido pela Justiça Militar. Os mandados de prisão atendem pedido da 2ª Procuradoria de Justiça Militar em Brasília. Já a decisão foi proferida pela 2ª Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar Justiça Militar da União.

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Quebra de sigilo

Um pedido de desarquivamento do Inquérito Policial Militar (IMP) solicitado pelo Ministério Público Militar (MPM) em Brasília também foi deferido pelo juiz federal da Justiça Militar, em razão de novas provas surgidas a partir de quebras de sigilo telefônico e telemático.

Em nota, a FAB reiterou que atua para coibir irregularidades e que “repudia condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional”.

Sargento condenado

Em 24 de fevereiro deste ano, a justiça espanhola condenou o sargento Manoel Rodrigues a seis anos de prisão pelo tráfico de 39 kg de cocaína.

Inicialmente, o Ministério Público espanhol buscava sentença de 8 anos de reclusão e multa de de € 4 milhões . A promotoria decidiu abrandar o pedido depois que o sargento assumiu os fatos e pediu perdão ao Estado e ao povo espanhol.

Rodrigues se declarou profundamente arrependido. Ele afirmou que só concordou em traficar cocaína porque estava em dificuldades econômicas e que um militar no Brasil não ganha um bom salário.

Salve Jorge

Ente os presos que tiveram a preventiva mantida está o 2º sargento da FAB Jorge Luis da Cruz Silva, que até fevereiro deste ano trabalhava como assessor especial no gabinete do vice-governador do DF, Paco Britto. O militar foi exonerado pelo vice assim que começaram as investigações.

Conhecido como “Salve Jorge”, o militar é apontado nas investigações por supostamente ter participação no tráfico internacional de drogas. Ele teve cerca de dez mil votos nas últimas eleições quando disputou uma das cadeiras na Câmara Legislativa. Apesar do desempenho, não foi eleito.

Cruz Silva também  é suspeito de ser um dos organizadores de um bingo clandestino que funcionava no Paranoá, conhecido como Rota Certa. O local foi alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em dezembro ano passado, mas voltou a operar em 2021.

 

 

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