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Justiça apreende Lamborghini de Don Juan que aplicou golpe milionário

O falsário é acusado de transferir cerca de R$ 600 mil da conta da ex-mulher sem autorização e também de ter roubado cheques da vítima

atualizado

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Material cedido para o Metrópoles
Lamborghini Gallardo avaliada em R$ 680 mil que pertence ao empresário Pedro Bettim Jacobi, 40 anos, indiciado pela Polícia Civil por furto qualificado, estelionato, apropriação indébita e extorsão
1 de 1 Lamborghini Gallardo avaliada em R$ 680 mil que pertence ao empresário Pedro Bettim Jacobi, 40 anos, indiciado pela Polícia Civil por furto qualificado, estelionato, apropriação indébita e extorsão - Foto: Material cedido para o Metrópoles

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou a apreensão de uma Lamborghini Gallardo avaliada em R$ 680 mil que pertence ao empresário Pedro Bettim Jacobi, 40 anos, indiciado pela Polícia Civil por furto qualificado, estelionato, apropriação indébita e extorsão. O carrão estava escondido em uma chácara em Brazlândia, de propriedade do pai de Jacobi.

O estelionatário, conhecido como “Don Juan” do DF, é acusado de aplicar um golpe milionário na ex-mulher, uma advogada de 36 anos que mora no Lago Sul.

Oficiais de Justiça e funcionários de uma empresa responsável por fazer o transporte do veículo chegaram à propriedade na manhã desta quinta-feira (26/10), com o mandado de busca e apreensão. Jacobi não estava no local.

A equipe que foi até a chácara teve trabalho para retirar o carro, que ficava exposto na sala de estar da casa. Portas precisaram ser removidas para que o veículo fosse colocado sobre o caminhão guincho.

O Metrópoles acompanhou o caso de Jacobi com exclusividade. O falsário é acusado de transferir cerca de R$ 600 mil da conta da ex-mulher, uma advogada, sem autorização. Também teria roubado cheques e se apropriado de bens da vítima, como um Porsche Panamera, avaliado em mais de R$ 500 mil. Todas as acusações constam no inquérito policial.

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Namoro e desencanto
Em julho, a ex-mulher do Don Juan, que está amparada por medidas protetivas, recebeu a reportagem em sua casa, no Lago Sul, para contar os detalhes da história. Bonita, produzida e esbelta, a morena de cabelos longos e olhos castanhos disse que os dois se conheceram em 2001, quando a vítima advogou para uma empresa de mineração que pertencia à família de Pedro Jacobi.

Ela só voltou a encontrá-lo em setembro de 2016, no Aeroporto Internacional de Brasília. Aparentemente, um encontro casual. “Ele me cumprimentou, perguntou como eu estava e me falou que havia se separado da esposa”, lembrou. A mulher também estava solteira. Havia terminado um casamento de 14 anos.

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A partir de então, mantiveram contato pelas redes sociais. As conversas viraram namoro e ele, desempregado, se mudou para a casa dela. “Tudo ocorreu muito rápido. Eu pensei que seria algo temporário, mas acabamos nos aproximando muito até que casamos em abril deste ano”, relatou. Já nos meses seguintes, em maio e junho, a mulher descobriu transferências de sua conta no valor de R$ 600 mil.

Com gosto sofisticado, após sair da casa da ex-mulher, segundo as investigações da Polícia Civil, Pedro Jacobi foi até uma loja do ParkShopping, em 26 de junho, e comprou um relógio da marca Rolex por R$ 187,6 mil divididos em sete cheques de R$ 26,8 mil. No momento de efetuar o pagamento, apresentou a certidão de casamento e uma procuração para convencer o vendedor de que tinha aval para utilizar os cheques em nome da esposa.

Em depoimento aos investigadores, o vendedor afirmou que três horas depois da venda, recebeu a ligação de uma concessionária de veículos de luxo informando que Pedro Jacobi estava tentando passar o objeto pela metade do preço ou trocá-lo por um carro. Desconfiado, o funcionário passou a procurar o cliente para pedir a devolução do produto. As buscas, entretanto, não tiveram êxito.

Chantagem e extorsão
O pai do empresário, Pedro Silvino Lauredano Jacobi, 67 anos, também foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal. É procurado para ser intimado a depor. A dupla teria pedido, em troca da devolução dos arquivos da advogada, a “doação” de todo o patrimônio dela para a família Jacobi. Eles também teriam tentado convencer a vítima a assinar uma promissória no valor de R$ 1 milhão.

Metrópoles tentou contato telefônico com os acusados e com as defesas, mas não obteve sucesso.

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