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Índice de mortes por Covid-19 no DF sobe: são 104,4 por 100 mil habitantes

Para especialistas, densidade demográfica e maior testagem podem explicar o fato de o DF ter maior incidência de óbitos pela doença no país

atualizado

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Jacqueline LIsboa/Especial Metrópoles
enterro coronavirus 100 mil mortos11
1 de 1 enterro coronavirus 100 mil mortos11 - Foto: Jacqueline LIsboa/Especial Metrópoles

A incidência de mortes por Covid-19 no Distrito Federal subiu para 104,4 para cada grupo de 100 mil habitantes. Segundo dados do Painel Coronavírus, divulgado pelo Ministério da Saúde, na noite dessa quarta-feira (23/9), com o índice atual, a capital segue superando o Rio de Janeiro, que tem taxa de 103,7. Roraima está na terceira posição, com índice de 101,7.

Além de ser a unidade da Federação com o maior índice de óbitos pela doença, o DF mantém a segunda maior incidência de casos para cada 100 mil habitantes. São 6.170,3 contra 8.075,6, de Roraima, primeira colocada no ranking. Amapá (5.600,4), Tocantins (4.119,0) e Rondônia (3.618,3) aparecem em seguida.

Segundo Breno Adaid, pesquisador do Programa de Ciências do Comportamento da Universidade de Brasília (UnB), diferentes fatores podem explicar esses números registrados na capital. O principal é a densidade demográfica do DF.

“O Distrito Federal é a unidade federativa com maior densidade demográfica do Brasil (444,07 hab/km², segundo o censo de 2010 do IBGE). Então, se você tem um estado que tem uma densidade demográfica muito alta, na média, as pessoas estão mais aglomeradas do que em outros estados, e isso favorece bastante o fato de nós termos muitos casos por 100 mil habitantes e muitos casos no total”, analisa.

Além disso, de acordo com as pesquisas feitas por Breno e pelo pesquisador da UnB Thiago Nascimento, outros pontos que podem levar ao alto registro de mortes e casos de Covid-19 são o baixo isolamento social no DF e o maior número de testes realizados.

“A gente continua com cada vez menos isolamento social. Está caindo bastante nos fins de semana, e caindo bem devagarinho durante a semana”, detalha Adaid. “Sem dúvida alguma, adiciona-se o fato de que testamos mais. Logo, detectamos mais, também”, acrescenta.

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De acordo com a Pnad COVID-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das 17,9 milhões de pessoas (8,5% da população) que fizeram algum exame para testar o novo coronavírus até agosto, no Brasil, 594 mil eram do DF.

Entre as unidades da Federação, o DF segue com o maior percentual de testes realizados (19,4% da população), seguido de Piauí (14,4%) e Roraima (12%). Goiás, estado vizinho, registrou o quinto maior percentual de testes, 11,4%. Os menores percentuais ficaram com Pernambuco (5,8%), Acre (6%) e Minas Gerais (6,1%).

Veja o ranking do Painel Coronavírus:

Dez unidades federativas com maior incidência de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes

1. Distrito Federal: 104,4
2. Rio de Janeiro: 103,7
3. Roraima: 101,7
4. Ceará: 97,0
5. Amazonas: 96,1
6. Mato Grosso: 94,3
7. Sergipe: 87,0
8. Espírito Santo: 85,9
9. Pernambuco: 84,6
10. Amapá: 82,4

Dez unidades federativas com maior incidência de casos da Covid-19 por 100 mil habitantes

1. Roraima: 8.075,6
2. Distrito Federal: 6.170,3
3. Amapá: 5.600,4
4. Tocantins: 4.119,0
5. Rondônia: 3.618,3
6. Mato Grosso: 3.349,2
7. Sergipe: 3.321,6
8. Amazonas: 3.219,0
9. Espírito Santo: 3.150,5
10. Acre: 3.106,5

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