metropoles.com

Idoso é vítima de golpe no DF e pode perder imóvel de R$ 12 milhões

Terreno de 20 mil m² no Park Way é motivo de investigação policial sobre golpe financeiro e estelionato pela Polícia Civil do DF

atualizado

Compartilhar notícia

Terreno
1 de 1 Terreno - Foto: null

Um terreno de 20 mil m² no Park Way é motivo de investigação da Polícia Civil do DF (PCDF) sobre golpe financeiro e estelionato. Avaliado em R$ 12 milhões, o lote seria vendido em janeiro deste ano. Entretanto, quando o dono, que é um idoso, foi consultar a certidão de ônus, documento oficial com todas as pendências de um imóvel, percebeu que o terreno servia como garantia de um empréstimo, no valor de R$ 5,2 milhões.

O empréstimo foi feito pela E R Abreu Comércio de Produtos Alimentícios Eireli em julho de 2022 e deveria ser pago em 94 parcelas de R$ 124.396,37. Acontece que a vítima não conhece a empresa ou seu proprietário, e garante que nunca assintou qualquer contrato de financiamento com o banco público envolvido.

O suspeito da fraude pagou as primeiras parcelas, mas nos últimos meses deixou uma dívida aberta no valor de aproximadamente R$ 300 mil. Com isso, o banco acionou a Justiça para consolidar o imóvel, ou seja, se tornar proprietário do terreno enquanto o débito não for quitado.

Inácio Costa, advogado da vítima, explica que há a possibilidade de seu cliente perder o imóvel por conta do golpe. Caso ocorra, a defesa entraria com um pedido de indenização, considerando que ele não poderia ser prejudicado por não ter envolvimento com a negociação.

“Inicialmente, fizemos um boletim de ocorrência para resguardar o bem, para que não pudesse ser vendido. Porque, como foi feito o empréstimo e não foi pago, o bem vai a leilão. Já tinha um atraso desse empréstimo que foi feito. Ninguém em sã consciência daria o empenho para um valor tão menor no empréstimo”, comenta.

O caso é investigado pela PCDF, por meio da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

Irregularidades

Segundo Costa, os golpistas utilizaram dados pessoais falsos da vítima para fazer o empréstimo. “São várias fraudes. Esse mesmo do RG apresentado em cartório, a assinatura dele em todos os documentos”. Mesmo com as irregularidades, os documentos foram certificados no 4º ofício de notas, um cartório na Asa Norte.

Além disso, o advogado comenta que, na junta comercial, a empresa E R Abreu Comércio de Produtos Alimentícios Eireli tem um endereço fantasma. Tecnicamente, ela não existe em lugar nenhum. Para a defesa, o cartório de notas falhou pois atestou a autenticidade de assinatura falsificada.

O advogado verifica se a situação do homem tem relação com o grupo criminoso investigado pela Operação Sumérios deflagrada pela PCDF, que cumpriu 12 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em Goiás e São Paulo, na manhã desta quinta-feira (1º/6), contra acusados de oferecer serviços em um cartório falso.

Foram alvos da operação mentores dos falsos cartórios, como um tabelião de São José do Rio Preto (SP) e seus auxiliares – afastados das funções temporariamente.

Operação da PCDF

A Operação Sumérios, conduzida pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) e com o apoio da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de São Paulo e as Polícias Civis de Goiás e São Paulo, aponta que o grupo é investigado pelos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica, crimes contra as relações de consumo e de integrar organização criminosa.

“[A atuação do grupo] Coloca em grave risco a fé pública. Através de documentos que foram autenticados sem que haja a prévia conferência do original, indivíduos conseguem abrir contas em nomes de terceiros, fazer empréstimos, tomar posse em cargos públicos através de diplomas que não são verdadeiros e também a possibilidade de declarar mortas pessoas que estão vivas”, explica Ulysses Luz, delegado-chefe da 30ª DP.

Veja:

A investigação apurou que alguns grileiros diziam-se donos de um cartório em São Sebastião, que seria utilizado para facilitar na prática de crimes envolvendo o parcelamento irregular do solo urbano. Para confundir a população, o grupo criou uma empresa intitulada Cartório Digital, mas não dispunha de atribuições próprias de um tabelião.

Membros do grupo estavam associação a tabeliões de outros estados, responsáveis por autenticar milhares de documentos, sem conferência com os originais.

A operação desta quinta-feira (1º) é desdobramento de uma operação que ocorreu no ano passado contra a atuação de grileiros de terras em São Sebastião. O grupo movimentou, na época, mais de R$ 20 milhões com cartório falso. Empresários, advogados e agentes públicos foram alvos dessa operação.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?