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Hostilidade entre Poderes foi principal assunto em reunião de governadores

Além das relações entre governos, chefes dos Executivos locais falaram sobre reforma tributária e defesa da democracia

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Após reunião do IX Fórum Nacional de Governadores no Palácio do Buriti, os Governadores Ibaneis Rocha do Distrito Federal e Wellington Dias do Piauí 8
1 de 1 Após reunião do IX Fórum Nacional de Governadores no Palácio do Buriti, os Governadores Ibaneis Rocha do Distrito Federal e Wellington Dias do Piauí 8 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), recebeu, na manhã desta segunda-feira (23/8), governadores de outras unidades da Federação para reunião virtual do IX Fórum Nacional de Governadores.

O evento foi transmitido do Salão Nobre, no Palácio do Buriti.

Ibaneis e o governador do Piauí e presidente do Fórum, Wellington Dias, participaram presencialmente da reunião. Os outros dirigentes estaduais participaram de forma virtual. Veja fotos:

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Os gestores discutiram principalmente assuntos ligados à economia e política nacional. Uma das pautas do encontro foi a defesa da democracia, tema que vem sendo debatido devido a falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que, segundo alguns governantes estaduais, colocam em risco a governabilidade do país.

“Debatemos vários temas. A questão da governança climática. Um segundo tema, tratamos da situação em que vive o país, as discórdias que existem e da necessidade de se fortalecer a nossa democracia. Surgiu a proposta e foi decidido, por um consenso, o estabelecimento de uma linha direta de contato com o presidente da República. Uma linha de entendimento com a Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e também no STF. Nessas pautas também falamos sobre o interesse dos estados”, explicou Ibaneis.

Os governadores conversaram também sobre a necessidade de integração entre o poder central, os estados e municípios para enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, com ações preventivas contra a variante delta, presente em quase todas as unidades federativas.

“A reunião transcorreu em clima de bastante tranquilidade. Sem ofensas a nenhum dos membros dos Poderes. Todos nós temos consciência de que, fora desse ambiente democrático, quem perde é o cidadão”, completou.

Serão encaminhados os ofícios aos Poderes, para que, nas próximas semanas, os gestores possam se reunir para conversar sobre a preocupação com o ambiente de instabilidade política pelo qual o país passa.

Carta de governadores em defesa do STF

Na semana passada, governadores de 13 estados, incluindo o DF, assinaram uma carta de apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o presidente Bolsonaro atacar a instituição.

Na última terça-feira (17/8), o governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou sobre a assinatura da carta de apoio e solidariedade ao STF. A nota pública foi direcionada aos ministros e às respectivas famílias, citando constantes ameaças e agressões à Corte.

“Sempre que alguém quiser atingir algum tipo de instituição no país, seja Executivo, Legislativo ou o Judiciário, [o Estado Democrático de Direito] vai ter o meu apoio. Eu sou um democrata e vou continuar defendendo isso com muita força”, disse Ibaneis, que ressaltou a importância de fortalecer as instituições.

Além da defesa da democracia, também estava na pauta da reunião, reforma tributária, meio ambiente e sustentabilidade. Com relação a este último item, será feita a proposta de criação de nove projetos para as cinco regiões do Brasil, com o objetivo de proteger os principais biomas e ampliar as áreas de proteção.

Reforma tributária

O governador do Distrito Federal falou também sobre a questão da reforma tributária que atinge estados e municípios: “Existe uma previsão de perda em torno de R$ 15 bilhões. Isso é inadmissível neste momento de retomada da economia. Vamos levar ao Senado, além da pauta de harmonia entre os Poderes, as questões que implicam perdas aos estados e municípios.”

“É uma reforma muito ruim e por conta do Paulo Guedes. Foi ele quem a encaminhou. Essa reforma está muito mal discutida”, concluiu.

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