Greve dos metroviários: Justiça do DF cobra negociação entre sindicato e empresa
Juiz requereu, nesta terça-feira, que partes do processo chamem o tribunal para tutelar negociações
atualizado

A greve dos metroviários completou duas semanas nessa segunda-feira (3/5), ainda sem perspectiva de resolução. Nesta terça-feira (4/5), a Justiça do Trabalho pediu que uma das partes chame o tribunal para tutelar as negociações.
“Conclamo a empregadora para que venha converter o presente processo em adequado dissídio coletivo de greve (ou proponha a ação) a fim de que o órgão judicial possa, caso as partes não consigam saudavelmente desenvolver e ultimar a negociação que há muito se processa extrajudicialmente, alcançar a necessária solução para a realidade econômica e profissional da categoria”, escreveu o desembargador do Trabalho, Brasilino Santos Ramos.
Ele lembra que não é do interesse da empresa que a greve se estenda, afirmando que no pedido de liminar enviado à corte, a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) fala em “irreparável dano da coletividade” causado pela greve. Nesta ocasião, o juiz acatou parcialmente o pedido da empresa e determinou que durante a greve 80% da frota de metrôs continuasse rodando no DF.
Da mesma forma, o juiz pede movimentação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô-DF). “Do mesmo modo, exorto o sindicato profissional, como legítimo representante da categoria metroviária, a alterar a classe processual do processo que protocolou para dissídio coletivo econômico (ou misto como se queira)”, anotou o magistrado.
Veja imagens do metrô durante a greve:

Espera pelos trens na Estação Ceilândia Centro Rafaela Felicciano/Metrópoles

Metrô lotado no DF na manhã de segunda-feira (19/4) Rafaela Felicciano/Metrópoles

Trens ficaram lotados e geram aglomerações na pandemia Rafaela Felicciano/Metrópoles

E houve aglomeração de passageiros Rafaela Felicciano/Metrópoles

Estações lotadas devido à greve dos metroviários Rafaela Felicciano/Metrópoles

Viagens lotadas ao longo do dia Rafaela Felicciano/Metrópoles

Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Apenas 14 dos 24 trens estão circulando em horário de pico, por determinação judicial Arthur Menescal/Especial para o Metrópoles

Arthur Menescal/Especial para o Metrópoles

O principal gatilho para o movimento paredista foi o corte do auxílio-alimentação no início de abril Arthur Menescal/Especial para o Metrópoles

O horário de funcionamento será de 7h às 20h Arthur Menescal/Especial para o Metrópoles
Situação confortável
Segundo metroviários ouvidos pelo Metrópoles, com a decisão de que 80% da frota continue rodando no DF, a situação ficou confortável para a empresa.
“Com essa frota rodando, dado o efetivo atual de [metroviários] afastados, é como se fosse a mesma coisa, até em condições melhores. O pedido da empresa alega a questão da pandemia, mas mesmo assim estão esperando até o último dia para entrar com o dissídio coletivo de greve”, explicou.
A reportagem questionou a Companhia do Metropolitano do DF sobre o pedido da Justiça e a possibilidade de abertura de um dissídio coletivo de greve. A empresa respondeu que está avaliando as medidas cabíveis.