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Família de pai e filho assassinados por vizinho deixa condomínio

Segundo irmão da vítima, viúva e filhos só voltam quando tiverem certeza de que acusado vai ficar preso definitivamente

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1 de 1 Condominio-Estancia-Quintas-da-Alvorada-41 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A esposa e os outros dois filhos do servidor da Presidência da República Anderson Ferreira de Aguiar, 49 anos, que foi assassinado junto com o filho mais velho, Rafael Macedo Aguiar, 21, na noite de sexta-feira (8/12), deixaram o imóvel no qual a família mora e foram para a casa de parentes no Guará. O crime ocorreu no condomínio Estância Quintas da Alvorada, no Jardim Botânico.

“Tomamos essa atitude momentaneamente porque não queremos que a família continue morando ao lado da casa desse vizinho, um assassino profissional. Eles estão muito abalados e não querem ficar no local desde o dia do crime. Só voltam quando tivermos certeza de que esse homem ficará preso”, disse o irmão de Anderson, o comerciante Emerson Ferreira, 43.

Ele se refere a Roney Ramalho Sereno, 43, servidor do Ministério Público da União lotado na Procuradoria-Geral da República (PGR), que está preso na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), ao lado do Parque da Cidade. Ele foi transferido para Papuda nesta terça (12).

O homem é acusado de ter matado a tiros os vizinhos após uma briga, no Jardim Botânico. Anderson Ferreira morreu na hora. Atingido na cabeça, o filho dele chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas veio a óbito ao dar entrada no hospital.

“Esse vizinho interrompeu os planos de vida do meu irmão e do meu sobrinho. O Rafa havia acabado de passar em veterinária e começaria a estudar em janeiro. Era o sonho dele”, comentou Emerson. Segundo ele, o servidor da Presidência era “um cara incrível”. “Estamos assustados com tanta intolerância”, acrescentou. Anderson deixou esposa e dois filhos, de 16 e 18 anos.

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Cadeado
O Metrópoles esteve no local do crime, na manhã desta segunda-feira (11/12), mas as duas residências, tanto a da família da vítimas quanto a do acusado, se encontravam vazias. O portão da casa de Roney estava trancado por correntes e cadeado.

No domingo (10), Roney teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, durante audiência de custódia. Em sua decisão, a juíza Luana Lopes da Silva disse que o caso indica “a crueldade e frieza do acusado na prática do crime” – o qual, segundo ela, tem características de execução.

“Consta ainda que o ato praticado teria sido premeditado, vez que [Roney] teria enviado anteriormente um envelope às vítimas, com uma munição”, destacou a magistrada. A família das vítimas diz, também, que o acusado encaminhou uma carta, à qual o Metrópoles teve acesso em primeira mão nesse domingo, na qual teria disparado, entre outras ameaças: “todos pagarão”.

Para Luana da Silva, colocar o acusado em liberdade “seria um risco à segurança das demais pessoas que com ele convivem, inclusive no ambiente de trabalho”. Por isso, a juíza converteu a prisão flagrante em preventiva, para “manter a ordem pública”.

O crime
Vizinhos informaram à polícia que os desentendimentos entre os envolvidos se arrastam desde 2014. Segundo a Polícia Militar, tudo começou porque o autor havia instalado uma lixeira próximo à casa das vítimas. De acordo com informações, Roney também sempre mandava caminhões com materiais de construção estacionarem em frente à residência dos Aguiares.

No interior do domicílio do acusado, na Quadra 2, Conjunto 7 da Estância Quintas da Alvorada, foram encontrados um revólver, uma pistola, uma espingarda e mais de 30 mil munições. Roney faz parte da Federação Brasiliense de Tiro Esportivo (FBTE). Após o episódio, a entidade divulgou uma nota de repúdio.

“A Federação, que tem por objetivo incentivar a prática do esporte olímpico de tiro esportivo, não pactua com atitudes violentas, principalmente como essa que ocasionou a morte de pai e filho. Diante da conduta desse filiado, a diretoria da FBTE irá se reunir na próxima semana para formalizar sua expulsão”, informou.

Em nota, a PGR informou que vai abrir um procedimento administrativo, já que Roney é servidor efetivo do MPU, para apurar a situação. “Ele será exonerado do cargo em comissão que ocupa e está com o salário suspenso, por não estar no efetivo exercício das funções”, informou o órgão.

Reprodução
Em carta, acusado teria dito que “todos pagarão”

 

Em depoimento à polícia, a mulher de Roney Sereno relatou que Anderson era muito nervoso e sempre “implicava com coisas pequenas”, tais como objetos encostados no muro, na lixeira ou com veículos estacionados em sua porta.

De acordo com a declaração dela, ainda, os vizinhos jogavam fezes de cachorros em frente à sua residência. A família Aguiar negou. A mulher ressaltou, por fim, que não presenciou a briga e acordou assustada com o barulho de disparos de arma de fogo.

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