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Ex-chefe de Operações da PM sobre 8/1: “Apagão total da inteligência”

Jorge Naime disse em depoimento acreditar que “a PM não deve ter recebido as informações de que haveria uma manifestação daquele tamanho”

atualizado

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Arthur Menescal/Especial para o Metrópoles
Coronel Jorge Eduardo Naime da PMDF
1 de 1 Coronel Jorge Eduardo Naime da PMDF - Foto: Arthur Menescal/Especial para o Metrópoles

Ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Jorge Eduardo Naime afirmou à Polícia Federal acreditar que “houve um apagão total da inteligência” no dia 8 de janeiro, quando extremistas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em depoimento à PF, Naime chegou a comentar que “a PM não deve ter recebido as informações de que haveria uma manifestação daquele tamanho”. Porém, como mostrado pelo Metrópoles, autoridades da área de segurança pública do DF, incluindo o ex-comandante-geral da PMDF Fábio Augusto Vieira, foram informadas sobre a chegada de milhares de bolsonaristas em Brasília naquele fim de semana.

Relatório da Polícia Federal disponibilizado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quinta-feira (9/2) mostra que um tenente-coronel da PM fez pelo menos cinco alertas a autoridades em um grupo de WhatsApp. No entanto, os avisos feitos por Jorge Henrique da Silva Pinto foram ignorados.

De acordo com o documento, havia sete pessoas no grupo “Difusão”:

  • O coronel da PMDF Fábio Augusto Vieira;
  • Os policiais civis do DF Thiago Frederico de Souza Costa e Alberto Barbosa Machado Nunes Rodrigues;
  • O então secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres;
  • O secretário de Segurança substituto Fernando de Sousa Oliveira;
  • A delegada da PF Marília Ferreira de Alencar;
  • O tenente-coronel Jorge Henrique da Silva Pinto.

No dia 7 de janeiro, o tenente-coronel da PM começou a enviar alertas no grupo sobre a chegada de bolsonaristas à capital federal, que teriam a intenção de compor o movimento chamado “Tomada do Poder”. Conforme o relatório da Polícia Federal, Jorge Henrique fez sete avisos sobre os atos no grupo, sendo que cinco deles ocorreram antes das invasões. Confira aqui.

Naime estava de dispensa

Jorge Naime tirou dispensa-recompensa no dia 3 de janeiro, mesmo com uma determinação do subcomando-geral da corporação proibindo afastamentos antes do dia 9. Em depoimento à Polícia Federal, o coronel argumentou que conseguiu sair antes porque o então subcomandante Klepter Rosa — atual comandante-geral — abriu uma exceção a ele em conversa informal.

De acordo com o coronel Naime, uma circular assinada por Rosa proibia afastamentos como abono, férias e dispensa-recompensa até 8 de janeiro. No entanto, ele afirma que recebeu autorização do próprio subcomandante-geral, pois havia trabalhado nove fins de semana seguidos.

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