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Estudante de medicina de baixa renda precisa de ajuda para pagar curso

Aluno não consegue financiamento estatal ou privado e decidiu fazer uma vaquinha para não perder o semestre

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 estudante - Foto: Arquivo pessoal

O estudante de medicina André Luiz da Silva, 24 anos, corre contra o relógio para não perder o semestre de graduação no Centro Universitário de Brasília (Ceub). Com renda familiar baixa, o aluno não consegue pagar a mensalidade de R$ 7,5 mil da faculdade particular e está com os estudos parados. André criou um financiamento coletivo para salvar o semestre.

A ideia da vaquinha veio dos colegas de sala. No terceiro semestre, André não conviveu presencialmente com os outros alunos, já que o curso começou no segundo semestre de 2020, durante a pandemia de coronavírus, mas, ainda assim, diz ter muito apreço pelos colegas. “Eles sempre me apoiaram e ajudaram bastante em todos os sentidos”, conta o rapaz. Para o futuro médico e morador de Ceilândia, entrar no curso já foi uma vitória.

“Minha felicidade de entrar foi muito grande. Parece que não foi só uma pessoa que passou, foram várias. Consegui ter ao meu lado muita gente que acreditava em mim, isso me ajudou. Jaleco, estetoscópio, esses utensílios, eu nunca comprei, ganhei e de forma espontânea, nunca pedi, foi chegando de amigos, foi tudo meio que se encaixando”, explica.

Antes de entrar na faculdade de medicina, André estudou por quatro anos depois do ensino médio. Ele dá ao pai, Uilitom Eder da Silva, que trabalha como autônomo, e à mãe, Cleyde Costa Silva, secretária, todo o crédito por conseguir se concentrar nos estudos. “Por mais que essa história de vestibular não seja do mundo deles, eles acreditaram em mim e esperaram quatro anos até que eu conseguisse”, recorda o aluno.

“Passar em medicina foi como me encontrar. Não vou dizer que não poderia fazer outra coisa, desde o início eu sabia que ia ser difícil, que ia precisar de ajuda e poderia não conseguir, mas não quero largar a medicina. Apesar de ser uma incerteza, eu prefiro apostar nesse risco, é algo que carrego dentro de mim”, explicou André.

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Desde que entrou na faculdade particular, o rapaz corre atrás de dinheiro para cobrir os gastos. A ideia é ser contemplado pelo Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal, mas o estudante ficou parado na lista de espera do programa. Já nos primeiros meses de faculdade, ele buscou ajuda financeira com a família e amigos próximos. Quando esse suporte não era mais possível, passou a tentar com bancos.

“O problema de conseguir financiamento privado é que eles querem garantias, mas não sou rico. Às vezes, quando penso no lugar onde estou, ainda parece outro mundo; pensar que tem pessoas numa sala que conseguem pagar R$ 7,5 mil por mês sem se endividar é absurdo pra mim, não sabia que existia tanto dinheiro no mundo.”

Como não conseguiu pagar a mensalidade em agosto, ele está com o curso trancado. Para não perder o semestre, precisa arrecadar R$ 7,5 mil até o dia 31 deste mês. Para tentar resolver essa questão mais imediata, André recebe doações via PIX. Até agora, conseguiu angariar R$ 1,9 mil por esse canal.

Além disso, o estudante abriu um financiamento coletivo on-line, mas ali o objetivo é conseguir arcar com os custos dos meses seguintes, até o fim da graduação, que deve custar R$ 47 mil. Mesmo que consiga apenas o suficiente para não perder o curso, o jovem não se abala: “Mesmo que não acabe a agonia, a gente vive na emoção, vai ser na incerteza mesmo”, assegura André Luiz.

Como ajudar

É possível ajudar o estudante com os custos do curso no site Vakinha ou doando via PIX, na chave aleatória: 480b5761-3b51-4fa4-bb50-122d332450c7.

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