metropoles.com

Escritora sobrevivente do Holocausto visita Brasília e relembra horrores da Segunda Guerra

Nanette Blitz Konig, 86 anos, esteve na cerimônia que marcou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

atualizado

Compartilhar notícia

Daniel Ferreira/Metrópoles
Nanette Blitz Konig
1 de 1 Nanette Blitz Konig - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

“A ideia era matar as pessoas de fome.” A frase é da escritora holandesa radicada no Brasil Nanette Blitz Konig, 86 anos. Após perder toda a família no campo de concentração de Westerbork, a sobrevivente do Holocausto refez a vida nos solos brasileiros. Apesar da voz doce e calma, Nenette guarda em suas rugas os horrores vividos durante a Segunda Guerra Mundial. Na quarta-feira (27/1), ela esteve em Brasília no evento que marcou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, instituído pela ONU.

Criada em 2005 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a data relembra o episódio em que tropas soviéticas libertaram o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, em 27 de janeiro de 1945. A cerimônia foi organizada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e ocorreu no Edifício-Sede da Ordem dos Advogados do Brasil. Ao lado de Nanette, estavam presentes outros sobreviventes do Holocausto e líderes de diferentes religiões.

O combate à intolerância foi o tema escolhido para a campanha de 2016 da Conib. Recentes casos de atentados contra terreiros no DF e no país foram relembrados durante a apresentação. A estudante Kayllane, de 11 anos, atingida por uma pedra quando saía de um culto de candomblé no Rio de Janeiro, em junho de 2015, também esteve no encontro e participou de um momento da solenidade em que acendeu uma das seis velas de um candelabro. Cada vela representou a morte de 1 milhão de judeus durante a guerra.

Reprodução
Documento apresentado pela escritora Nanette Blitz Konig sobre as vítimas do Holocausto

 

Embora a memória da Nanette se perca em trechos conturbados de sua vida, ela relembra que, durante o tempo que esteve no campo de concentração, chegou a pesar 31 quilos. “Quando nos ofereciam algo para comer, era uma espécie de bolinho extremamente azedo”, recorda. Colega de escola de Anne Frank, a escritora a reencontrou em um campo poucos dias antes da morte dela. Nenette foi, inclusive, citada no livro da adolescente de origem judaica (“O Diário de Anne Frank”).

A holandesa levou três anos para se recuperar do cativeiro. Teve tifo, tuberculose e pleurisia. No fim da década de 1950, Nanette mudou-se para São Paulo com o marido John Konig. Comunicando-se em inglês com o homem responsável pela mudança para o Brasil e com quem dividiu todos os anos posteriores ao Holocausto, ela aponta: “Foi aqui que criei os meus três filhos”. Sobre o evento de quarta (27), a escritora desabafa: “Ninguém tem ideia do tamanho da tragédia”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?