metropoles.com

“Era uma supermãe, sempre sorridente”, diz marido de mulher atropelada

O corpo de Aline foi velado nesta quinta-feira (09/05/2019), no Cemitério Campo da Esperança. Filha segue internada no Hospital de Base

atualizado

Compartilhar notícia

VelorioAline (3)
1 de 1 VelorioAline (3) - Foto: null

Para evitar que a filha fosse atingida por um ônibus escolar, Aline Santos Silva teria arremessado a filha de apenas 2 anos e 11 meses, tirando a garota do caminho do veículo. A declaração foi dada pelo marido da vítima, Anatólio Paiva, de 25 anos, no enterro da mulher, realizado na capela 7 do cemitério da Asa Sul, na tarde desta quinta-feira (09/05/2019).

Ainda muito abalado, Anatólio disse que o estado de saúde da filha é considerado estável. “Ela teve um traumatismo craniano leve, fraturou quatro costelas, além de uma lesão no braço e fratura exposta no pé esquerdo, mas está se recuperando bem”, disse ao Metrópoles.

O marido descreveu Aline como “supermãe, sempre alegre e sorridente”. “Foi uma notícia muito pesada. Quando me ligaram, estava ciente de que o pior tinha acontecido. Era a nossa primeira filha. Ela estava aproveitando cada momento, uma mãezona”, completou.

Aline morreu atropelada na última terça-feira (07/05/2019), no Núcleo Bandeirante, em uma curva em frente à Paróquia São João Bosco, ao lado da 11ª Delegacia de Polícia. Aline retornava do trabalho, como doméstica, e havia buscado a filha de 2 anos e 11 meses na creche. As duas seguiam para casa e passavam por uma rua na Terceira Avenida da cidade quando foram atingidas por um ônibus escolar.

0

O irmão de Aline, Alex Santos da Silva, 27, disse que a família está muito abalada e que não acreditava na morte da irmã. “Só quando meu cunhado mandou a foto do corpo que a ficha caiu. Logo corri para acalmar minha família e preparar tudo. Minha mãe está muito triste, muito abalada. Chegou a desmaiar algumas vezes, mas, infelizmente, temos que nos conformar.”

Apesar de não correr risco de vida, a criança ainda está no Hospital de Base sob observação. De acordo com Anatólio, a menina chama pela mãe o tempo todo. “Estou desolado”, contou. Quando tiver alta, a pequena ainda precisará de ajuda no tratamento. A família relata grande dificuldade financeira, além do choque emocional depois do acidente. Interessados em ajudar podem depositar qualquer quantia na conta do pai da criança.

Dados bancários para doações para o tratamento da menina:
Caixa Econômica Federal.
Ag:0688
Op:013
Conta:00018321-4
Anatolio Monteiro da Silva Neto Paiva.
CPF:111.817.696-04

Curva
A curva é considerada perigosa pelos moradores. O tapume em volta da delegacia atrapalha a visão dos motoristas e de quem quer atravessar, não há faixa de pedestres no local e a calçada não cobre toda a rua. Depois da tragédia, a cerca começou a ser retirada.

 

0

Depoimento do motorista
Em depoimento à PCDF, o motorista do ônibus escolar envolvido no acidente, Robson Gonçalves da Silva, de 47 anos, alegou não ter visualizado as vítimas no perímetro da calçada. Ao terminar a manobra, teria escutado um solavanco na roda traseira direita e constatou, pelo retrovisor, que a mulher estava caída, “de barriga” no chão.

“É difícil saber agora quem está certo ou errado. Só a perícia vai dizer”, contou o motorista. “É uma vida que se foi. Essa é a primeira coisa a se lamentar.”

Robson também contou que um passageiro, de 17 anos, disse a ele que “um carro branco que fazia a curva teria atropelado as vítimas antes do impacto com o ônibus. O motorista frisou, no entanto, que não chegou a ver o suposto carro

Ainda conforme a citação do relato do adolescente que consta no depoimento do motorista, o atropelamento teria ocorrido no instante em que a filha se desprendeu da mão de Aline e correu para a rua. Tentando impedir o acidente, a mulher teria se jogado na via e foi atingida pelo carro branco, sendo projetada para a roda traseira do ônibus.

Por fim, o motorista se disse perplexo e assustado, e “que nunca teve a intenção de tirar a vida de ninguém”. Já outra testemunha afirmou ao Metrópoles não ter visto nenhum carro e que Aline segurava a filha no colo.

De acordo com o chefe da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), Rafael Bernardino, o inquérito policial foi instaurado e mais informações só serão repassadas após o fim das investigações.

Testemunha
Relatos de testemunhas no local indicam que a criança ainda tentou se levantar e gritava “mamãe”, sendo, em seguida, socorrida por populares. Renata Alencar, 33, presenciou a cena e descreveu os instantes após o atropelamento. Renata é, também, uma das pessoas que prestam apoio à família durante o luto e ajudou a conseguir o sepultamento.

Ela [criança] se debatia muito. Tentei segurá-la e pegá-la no colo até os bombeiros chegarem. Chorava demais por causa da dor e chamava pela mãe. Minha blusa ficou toda suja de sangue, porque ela ficava tentando puxar

Renata Alencar, testemunha do acidente

A mulher diz, ainda, ter visitado a menina no Hospital de Base na terça-feira, dia do ocorrido. “Teve traumatismo craniano leve e fraturas, mas está bem. Só tem 2 anos, então, não tem noção do que aconteceu.”

Um vídeo feito por populares mostra bombeiros tentando reanimar Aline. Ela apresentava parada cardiorrespiratória e não resistiu aos ferimentos.

No momento do atropelamento, o veículo estava cheio de estudantes da rede pública de ensino, mas nenhum passageiro ficou ferido.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?