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Empreiteira que construiu o Mané Garrincha pagou propina para conseguir obras da Copa do Mundo

Confissão da Andrade Gutierrez reforça suspeitas de superfaturamento no Estádio Nacional de Brasília — o mais caro do Mundial —, que custou R$ 1,6 bilhão. Empresa integrou o consórcio responsável pela arena. Presidente da companhia está preso desde junho

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
estádio nacional
1 de 1 estádio nacional - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Andrade Gutierrez, que integrou o consórcio responsável pela construção da arena mais cara da Copa do Mundo de 2014, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, confessou um esquema de propina para conseguir obras federais, incluindo as do Mundial de futebol.

O reconhecimento de irregularidades por parte da Andrade Gutierrez reforça as suspeitas de que as obras do Mané Garrincha foram superfaturadas. Sede de sete jogos durante o Mundial, a arena custou R$ 1,6 bilhão, mais do que o dobro do valor inicial, previsto em R$ 670 milhões. Seria ainda o segundo estádio mais caro do mundo, perdendo somente para Wembley, em Londres.

Após confessar os atos de corrupção, a Andrade Gutierrez fechou acordo de delação e leniência com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, pagará R$ 1 bilhão, a maior multa da Operação Lava Jato — que investiga desvios na Petrobras.

O Mané Garrincha foi construído pelo Consórcio Brasília, formado pela Andrade Gutierrez e pela Via Engenharia. O Metrópoles entrou em contato com as duas empreiteiras. A assessoria da Via afirmou que “desconhece as relações de outras empresas nos respectivos contratos com o governo”. Já Vanessa Teixeira, advogada da Andrade Gutierrez, disse que a empresa não vai comentar o caso.

A reportagem entrou em contato com o ex-secretário extraordinário da Copa Cláudio Monteiro, mas o dirigente não retornou as ligações até a última atualização desta reportagem.

TCDF
Antes mesmo de a bola rolar na disputa da Copa do Mundo, relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) divulgado em março de 2014 apontava suspeita de superfaturamento do Mané Garrincha devido a uma série de aditivos acrescentados ao valor da obra ao longo da execução do empreendimento.

Na época, o GDF, por meio da coordenadoria de comunicação para a Copa, negou as irregularidades. “O valor do investimento no estádio não aumentou. Destacamos que o investimento total é de R$ 1,4 bilhão, e ainda pode ser reduzido para R$ 1,2 bilhão em virtude da previsão de abatimento de créditos”, disse o governo, por meio de nota.

Senadores
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, que está preso desde 19 de junho, apontará os nomes de pelo menos dois senadores que teriam recebido propinas no esquema Petrobras.

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