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Elevador “despenca” com mulher e dois filhos na 304 Norte

Vyviane Moraes diz que, depois da queda, o equipamento bateu no assoalho do prédio. O teto se rompeu e, por pouco, não a acertou

atualizado

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Arquivo Pessoal
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Na última terça-feira (26/9), Vyviane Moraes se preparava para levar seus dois filhos, Mateus, de 5 anos, e Marcos, de apenas 2, para a aula de natação. O dia corria normal, mas um susto quase tira a família do prumo. Ao entrar no elevador do prédio onde mora, na 304 Norte, sentiu um solavanco. “O elevador despencou alguns andares, depois subiu de uma vez só”, se recorda. Na segunda pancada, dessa vez na cobertura, o teto da máquina desabou – por pouco não acertou a sua cabeça e a das crianças.

Quando a porta se abriu, a professora percebeu que, do primeiro andar, onde mora, tinha ido parar no sexto. Por causa de uma lesão no tornozelo após ter sofrido um grave acidente de carro há seis anos, Vyviane não costuma usar as escadas. Num súbito, desceu os seis lances com as duas crianças nos braços.

Giovanna Bembom/Metrópoles
Vyviane, os filhos Mateus e Marcos Júnior, e o marido, Marcos Moraes

Acidentes de elevador não são tão raros assim. No prédio onde a professora mora, foi a segunda ocorrência em um intervalo de poucos dias. Na semana passada, um vizinho idoso passou por uma experiência parecida e chegou a sentir dores.

“Estava comentando com a minha funcionária que precisava visitá-lo justamente antes de entrarmos no elevador”, comenta. Recebeu como resposta que a empresa responsável pelo aparelho já havia feito os reparos necessários e que tudo corria bem. Até se tornar a próxima vítima. Segundo ela, a companhia já foi acionada para efetuar novos reparos e o elevador segue interditado desde o dia do infortúnio.

As duas crianças não se machucaram – pelo menos não fisicamente. O menor, ainda ensaiando poucas palavras, diz “pá!”, toda vez que entra em um elevador, lembrando do barulho da pancada. De herança física, a professora leva dores nas costas e na panturrilha, que talvez lhe custem algumas sessões de fisioterapia. Mas é o impacto psicológico que tem pesado mais.

Filme de terror
Depois do acidente, ela levou os filhos ao curso de natação para que eles se distraíssem e seguiu seu dia. Segundo ela, foi só quando chegou em casa à noite que o episódio assumiu um novo significado. Há seis anos, em dezembro de 2010, Vyviane perdeu dois filhos em um acidente grave na BR-060, em Abadia de Goiás, quando seguia com as crianças e Marcos, seu marido à época, para passar as festas de fim de ano com a família, em Rio Verde (GO).

No dia 17 de dezembro daquele ano, uma Saveiro em alta velocidade, segundo uma testemunha, fez uma ultrapassagem proibida e acertou em cheio o Fiat Idea da família. O filho mais novo do casal, Pedro Lucas, morreu na hora. João Marcos, de 7 anos, faleceu dois dias depois no hospital.

Arquivo Pessoal
Marcos e Vyviane com João Marcos e Pedro Lucas. As crianças morreram em um acidente de carro em 2010

A mãe, de cama, viu o momento em que os aparelhos do primogênito foram desligados no box ao lado ao que estava. Marcos ficou três dias em coma. Mateus nasceu pouco mais de um ano após o acidente. Os dois caçulas moram no mesmo apartamento em que os irmãos viviam antes do acidente, mas nunca os conheceram.

“Acho que fiquei mais abalada porque o barulho da pancada, o impacto forte e eu estar com as crianças ali comigo me lembrou as circunstâncias do acidente”, considera.

O motorista da Saveiro, Fabrício Camargos Cunha Rodovalho, nunca foi preso ou julgado. Seis meses depois do acidente, em junho de 2011, Marcos e Vyviane, por conta própria, descobriram que sequer havia um inquérito de investigação. Peregrinaram por delegacias de Goiás até se depararem com o vazio da Justiça. A investigação foi instalada pelo Ministério Público anos depois. Fabrício não perdeu o direito de dirigir.

Hoje é o pai das crianças, Marcos Moraes, quem acompanha de perto o andamento, moroso, do processo. Há dois meses, a juíza do caso determinou que o réu fosse a júri popular. Fabrício, no entanto, recorreu da decisão. A família foi informada que a nova decisão pode levar até seis meses para sair. Até lá, o acidente terá completado sete anos.

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